O governo Lula (PT) anunciou planos de ampliar a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), estatal responsável por promover projetos de irrigação no semiárido, que agora também se dedica a obras de pavimentação e máquinas até em regiões metropolitanas.
O plano inclui a criação de novos cargos na empresa, que serão preenchidos por indicações políticas, com o objetivo de obter apoio no Congresso. Especificamente, a Codevasf pretende ativar a superintendência da estatal na Paraíba, que atualmente funciona como um escritório de apoio técnico e é comandado por um servidor de carreira, tornando-se a 13ª superintendência do país.
O governo federal já aprovou a criação de duas novas superintendências da Codevasf, a da Paraíba e a do Ceará, mas falta ainda um ato oficial para que os novos cargos sejam preenchidos.
Integrantes do governo afirmam que a intenção é criar a superintendência da Paraíba e tentar um acordo para contemplar parlamentares de uma ala da União Brasil e do partido Republicano, que flerta com o Palácio do Planalto.
O aumento da atuação da Codevasf sob o governo de Jair Bolsonaro tem sido alvo de investigações da Polícia Federal devido a obras precárias, paralisadas e superfaturadas.
A empresa é um dos principais instrumentos para escoar as emendas destinadas a deputados e senadores, distribuídas com base em critérios políticos, que dão sustentação ao governo no Congresso. O atual governo busca manter o controle sobre a Codevasf, mantendo alianças políticas em troca de apoio.
Além disso, o governo federal negocia mudanças nos comandos de outras superintendências e cargos em outras estatais, como o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).
O União Brasil, partido que apoia o governo, terá indicações para presidência e duas das três diretorias da Codevasf, enquanto a terceira direção ficará com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). A presidência da Codevasf continuará nas mãos de Marcelo Andrade Moreira Pinto, indicado pelo deputado Elmar Nascimento (BA), líder da União Brasil na Câmara.
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