A doutora em Ciência Política, Camila Rocha, destacou na Folha S. Paulo o desempenho de Michelle Bolsonaro no universo digital e seu possível capital político.
Segundo ela, o futuro do bolsonarismo está sendo debatido publicamente pelos governadores Tarcísio de Freitas e Romeu Zema. Mas, enquanto isso acontece, o Partido Liberal lançou Michelle Bolsonaro como seu próprio teste político.
Com 5,9 milhões de seguidores no Instagram, Michelle supera a popularidade de Eduardo Bolsonaro na rede. A ex primeira dama também demonstra carisma, um quesito fundamental para uma disputa eleitoral.
Camila Rocha ressalta que a estratégia pública de Michelle difere do marido. Ao contrário de Bolsonaro, ela tornou pública sua decisão de se vacinar contra a Covid nos Estados Unidos em 2021 e emprega um estilo mais pacífico em suas intervenções públicas.
Michelle mistura linguagem feminista e cristã em seus discursos, com o objetivo de reunir mais mulheres do que o feminismo.
Ela lidera o setor de mulheres do Partido Liberal e receberá quase R$ 900 mil por mês do fundo partidário, além de um salário mensal de R$ 39,2 mil.
O partido espera que o investimento resulte na conquista de mais votos femininos e anunciou que custeará uma turnê política de Michelle Bolsonaro pelo Brasil para expandir o alcance de seu programa para mulheres.
Embora o partido tenha usado apenas 23,46% de seus recursos para candidaturas femininas em 2022, a legislação atual prevê que os votos recebidos por candidaturas de mulheres e pessoas negras contarão em dobro para a distribuição dos recursos do fundo partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha até 2030.
Michelle Bolsonaro não tem a mesma experiência política institucional de Tarcísio e Zema, mas tem um forte capital digital e carisma, fatores fundamentais para medir o potencial político nos dias de hoje.
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