Por Wilame Prado
Durante a sessão especial na Câmara de Maringá, realizada nesta quarta-feira (1º) para definir os membros das comissões permanentes e extraordinárias do Legislativo, a reportagem do Maringá Post conversou com alguns vereadores a respeito da onda de crimes que tem preocupado moradores da cidade, culminando com o mais recente caso, quando a jovem Samantha foi assassinada em plena luz do dia, na região central maringaense, no último domingo.
O presidente da Câmara, vereador Mário Hossokawa, aproveitou a sessão para convidar os vereadores a participarem de uma reunião, ainda na tarde desta quarta, com o secretário de Estado de Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira, na Guarda Municipal. “Convidamos principalmente os membros eleitos da Comissão de Segurança”, disse.
Atuante na área da segurança, o vereador Delegado Luiz Alves confirmou presença na reunião após ter sido eleito presidente da Comissão Extraordinária de Segurança Pública de Maringá. Ele informou que o Município tem trabalhado para viabilizar o Centro de Controle Integrado para somar forças no combate à criminalidade.
“São medidas robustas e que levam certo tempo, depende de licitação e de outros fatores. Mas posso citar outra medida que cobramos e a prefeitura cumpriu, que se trata do aumento de efetivo. Teremos este ano concurso público na Guarda Municipal”, afirmou o delegado.
O vereador informa ainda que há reuniões agendadas com a Secretaria de Segurança Pública de Maringá buscando levar sugestões para uma melhor orientação na atuação da Guarda Civil Municipal de Maringá. “Ainda há muita confusão sobre o que a Guarda pode ou não pode fazer, e isso preciso ficar claro para os agentes, que podem e devem atender a população da melhor maneira possível.”
Ainda de acordo com o presidente da Comissão de Segurança da Câmara, será agendada em breve uma nova audiência pública para encaminhar respostas sobre as demandas que foram solicitadas na última audiência, realizada no fim de 2022. “Será um momento para ouvir novamente a população. Este ano certamente vamos elaborar novos mecanismos legislativos para retomar aquela sensação de segurança da população nas ruas”, reforçou Alves.
Um problema de todos
Líder do Executivo na Câmara, o vereador Alex Chaves tem um histórico atuante na causa social. Ele admitiu que Maringá está mais violenta ultimamente, mas disse considerar como um problema complexo, de difícil resolução e que necessita de uma participação mais efetiva de toda a comunidade.
“Em certo ponto, é uma rebarba social das dificuldades que todos passamos nos últimos tempos”, disse Chaves, referindo-se aos problemas econômicos e sanitários causados pela pandemia de covid-19 recentemente em todo o mundo. “A comunidade toda precisa se envolver. As igrejas, os presidentes de bairro e, claro, também a Câmara de Maringá, Executivo, polícias e o judiciário. Precisamos juntos encontrar uma solução.”
Para ele, há a necessidade de se haver uma nova discussão em nível nacional sobre a dependência química e sobre a população que enfrenta a vulnerabilidade social. “Devemos respeitar as leis federais que regem a questão da segurança pública”, comentou.
No entanto, Chaves rechaçou a necessidade de se haver novas determinações para que agentes da Guarda Municipal tenham condições mais apropriadas para atuar no combate à criminalidade. “Em São Paulo, a Guarda Municipal é extremamente efetiva com a Polícia Militar.”
Críticas à Guarda Municipal
Para a vereadora Cris Lauer, a sensação da insegurança é algo que tem incomodado a população há alguns anos. Na opinião dela, que faz oposição à atual administração municipal, o modo de operação da Guarda Municipal deve ser repensada.
“A Guarda de Sarandi bate na de Maringá. A nossa guarda não tem o poder de estar atuando, como o próprio prefeito falou, e me pegou de surpresa, assim como vários agentes. A Câmara poderia agir neste sentido desde que tivéssemos uma união mais efetiva entre nós, vereadores. Poderíamos cobrar uma troca imediata do atual comando da Guarda de Maringá, pois já mostrou que não está dando certo.”
O outro lado
Nas redes sociais, o prefeito de Maringá, Ulisses Maia, afirmou estar cobrando há muito tempo mais efetivo para a Polícia Militar e civil na cidade. “A guarda não tem competência jurídica para agir e prender em situações como esta (assassinato da jovem Samantha). De qualquer forma, nossa guarda está em força-tarefa com rondas constantes em locais considerados de mais risco.”
Nesta quarta, o prefeito de Maringá também anunciou que apresentaria ao secretário de Estado de Segurança o Centro de Controle Integrado (CCI) da Guarda Civil Municipal, “com o sistema de monitoramento mais inteligente do Brasil para contribuir nas operações”, nas palavras de Maia.
Fotos: Crédito: Marquinhos Oliveira / CMM
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