Por Bruno Luiz e Eduardo Gayer
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu, em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, a investigação de “qualquer crime” de corrupção na máquina pública brasileira caso seja eleito para um novo mandato.
“Qualquer hipótese de alguém cometer qualquer crime, por menor ou maior que seja, essa pessoa será investigada, será julgada e punida ou absolvida. Assim que você combate a corrupção no País. Corrupção só aparece quando você permite que ela seja investigada”, disse Lula nessa quinta-feira, 25.
Confrontado pelos apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos sobre escândalos de desvio de dinheiro público nas gestões petistas, Lula defendeu ter criado e fortalecido o aparato de combate à corrupção nos seus governos.
“Foi no meu governo que a gente criou o portal da transparência, a CGU, a Lei de Acesso à Informação, a Lei Anticorrupção, Lei contra Lavagem de Dinheiro, criamos o Coaf e colocamos o Cade para combater os cartéis. O Ministério Público era independente e a Polícia Federal recebeu mais independência que em toda história”, descreveu.
Lula voltou a criticar a Lava Jato e disse que a operação errou ao “enveredar por um caminho político delicado”. O petista também afirmou que o objetivo da força-tarefa foi condená-lo.
“Durante cinco anos, eu fui massacrado e tenho hoje a primeira oportunidade de falar sobre isso abertamente ao vivo. O que foi o equívoco da Lava Jato? Ela enveredou por um caminho político delicado, ultrapassou o limite da investigação e foi para um caminho político. Aconteceu exatamente o que eu previa. Objetivo da Lava Jato foi o Lula, condenar o Lula”, criticou.
Lula admitiu corrupção na Petrobras, mas acusou o Ministério Público de “oficializar o roubo” com delações premiadas. “Não pode dizer que não houve corrupção se as pessoas confessaram. O que é mais grave é que as pessoas confessaram e, por conta das pessoas confessaram, ficaram ricas. Você não só ganhava liberdade por falar o que queria o Ministério Público, como você ganhava metade do que roubou. O roubo foi oficializado pelo Ministério Público, o que eu acho uma insanidade e uma aberração para esse País. Lava Jato quase joga nome do MP na lama. MP é instituição séria que eu sempre valorizei, da mesma forma a PF “
Lula ainda ironizou os sigilos de 100 anos decretados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em informações públicas, sem citar o adversário.
“Eu poderia ter escolhido um procurador-geral engavetador, escolhi da lista tríplice. Poderia ter impedido que a Polícia Federal tivesse um delegado, que eu pudesse controlá-lo. Não fiz Permiti que as coisas acontecessem do jeito que precisasse acontecer. Eu poderia fazer decreto de sigilo de 100 anos. Pro Pazuello, pros meus filhos, pros meus assessores. A corrupção só aparece quando você governa de forma republicana. Vamos continuar criando mecanismos para investigar qualquer delito que aconteça na máquina pública.”
Estadão Conteúdo / Foto: Reprodução
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