Lula promete Bolsa Família de R$ 600, apesar de ‘bomba fiscal’

Reafirmou que manteria o valor do benefício em R$ 600, o mesmo fixado neste ano pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição.

  • Rafaela Felicciano/Metrópoles/Reprodução

    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse na quarta-feira (27) que, se for eleito, pretende renomear o Auxílio Brasil, para voltar a se chamar Bolsa Família, e reafirmou que manteria o valor do benefício em R$ 600, o mesmo fixado neste ano pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição. O petista declarou, porém, que o valor não poderia ser o mesmo para todas as famílias. “Obviamente, você tem que levar em conta o número de pessoas por família. Não tem que ser igual para todo mundo”, disse ele.

    Bolsonaro tem prometido manter o valor do programa em R$ 600 no ano que vem – o que causaria impacto de mais de R$ 50 bilhões nos cofres públicos e reduziria o espaço para outras despesas, como investimentos e custeio da máquina pública.

    Na entrevista, Lula afirmou que o Brasil “não precisa” de teto de gastos, mas somente de “credibilidade”. “Eu não preciso de lei de teto de gastos. Quando você faz uma lei de teto de gastos é porque você é irresponsável, porque você não confia em você, não confia no seu taco.” O petista já disse outras vezes que pretende revogar a regra e revisar outras medidas econômicas, como a reforma trabalhista.

    PETROBRAS

    O ex-presidente também defendeu mudar a política de preços da Petrobras, que hoje opera no modelo PPI (preço de paridade de importação), implementado pelo governo de Michel Temer (MDB) após o impeachment de Dilma Rousseff (PT). “Essa história de PPI é para agradar aos acionistas, em detrimento dos 230 milhões de brasileiros.” A estatal, porém, tem como maior acionista a União.

    Para Lula, Bolsonaro “não teve coragem” de tomar medidas para reduzir o preço do combustível que sai das refinarias. Ele disse ainda que o Brasil teria condições de ser “autossuficiente” na produção de derivados do petróleo.

    Em um eventual novo mandato, o petista afirmou adotaria a política de correção do salário mínimo pela inflação. “Aumentamos o salário mínimo em 74% no meu governo e não houve aumento da inflação. Vamos continuar do mesmo jeito. A inflação será reposta para o salário mínimo, todo trabalhador terá direito a reposições inflacionárias.”

    *Com informações Estadão Conteúdo.

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