Na Fiesp, Lula tenta reduzir receio sobre plano econômico

Lula foi bem recebido, sinalizou que quer abrir diálogo com o setor produtivo e concordou em ter nova reunião para debater as diretrizes de seu futuro programa de governo.

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    Em um almoço com empresários e banqueiros na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tentou na terça-feira, 5, diminuir o receio sobre um eventual novo governo petista. Pré-candidato ao Planalto, Lula se apresentou como a opção democrática na disputa polarizada deste ano – em que seu principal adversário é o presidente Jair Bolsonaro (PL).

    O encontro foi solicitado pelo petista e viabilizado pelo presidente da entidade, Josué Gomes da Silva. Segundo um interlocutor do ex-presidente, ele pediu que empresários estejam “do lado da defesa da democracia” e se comprometeu a fazer um governo com responsabilidade fiscal e previsibilidade.

    Lula foi bem recebido, sinalizou que quer abrir diálogo com o setor produtivo e concordou em ter nova reunião para debater as diretrizes de seu futuro programa de governo.

    Desde que Josué Gomes da Silva assumiu a presidência da Fiesp, em janeiro, uma aproximação com Lula é aguardada, apesar de dirigentes da federação negarem publicamente uma mudança de direção. Presidente da Coteminas, Josué é filho de José Alencar, que foi vice-presidente nos dois governos Lula e um nome que serviu como ponte entre o petista e empresários na eleição de 2002.

    O bom relacionamento de Lula com Josué, na época filiado ao PMDB, já fez com que ele fosse cotado para ser vice do petista na eleição de 2018. A Fiesp representa 130 sindicatos patronais da indústria.

    Lula também falou sobre a reforma trabalhista. A ideia do petista de revogar trechos da legislação aprovada durante o governo Michel Temer (MDB) preocupa parte do empresariado. Na Fiesp, o petista defendeu o fortalecimento dos sindicatos e disse que o resultado de um novo ciclo econômico precisa ser dividido com a população.

    O almoço durou cerca de duas horas e meia. Além de Josué, estavam presentes João Moreira Salles (Itaú), Luiz Carlos Trabuco (Bradesco), Beto Sicupira (3G Capital), Luiza Trajano (Magalu), Fabio Coelho (Google), Roberto Azevêdo (Pepsico), Dan Ioschpe (Iochpe-Maxion e presidente do conselho do Iedi), entre outros.

    Estadão Conteúdo

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