Coronavírus, CPI da Pandemia, Covaxin e Ricardo Barros são assuntos na imprensa escrita, falada, TV e Internet, mas na Internet o grande assunto das últimas horas é a confissão do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que é gay.
Na realidade, no Rio Grande do Sul não causou surpresa a orientação sexual do jovem governador, a surpresa foi o fato de ele tornar público em programa de grande audiência na televisão brasileira.
Eduardo Leite foi o entrevistado do Conversa com Bial desta quinta-feira, dia 1°. De São Paulo, onde discute as prévias do PSDB para as eleições à Presidência da República, o governador mais jovem do Brasil conversou com o apresentador Pedro Bial e falou sobre sua orientação sexual, assumindo-se publicamente homossexual pela primeira vez.
Embora o assunto tenha sido divulgado dentro do mês de julho, ele é uma continuidade do que vinha acontecendo em junho, que é o mês de manifestações do movimento LGBTQIA+. No último fim de semana, por exemplo, aconteceram manifestações em todo o mundo, inclusive em Maringá, onde houve um ato público na Praça da Catedral.
“Eu nunca falei sobre um assunto que eu quero trazer pra ti no programa, que tem a ver com a minha vida privada e que não era um assunto até aqui porque se deveria debater mais o que a gente pode fazer na política, e não exatamente o que a gente é ou deixa de ser”, disse o governador gaúcho ao jornalista da Globo. Nas palavras dele, “nesse Brasil com pouca integridade a gente precisa debater o que se é”.
“Eu sou gay, eu sou gay e sou um governador gay. Não sou um gay governador, tanto quanto Obama nos EUA não foi um negro presidente. Foi um presidente negro. E tenho orgulho disso. Não trouxe esse assunto, mas nunca neguei ser quem eu sou. Nunca criei um personagem”.
Eduardo Leite vem sendo alvo de críticas nas redes sociais e decidiu encerrar as especulações. “Como ser humano que sou, também tive as minhas inseguranças, os meus questionamentos, mas foi um processo, para mim, de aceitação, de entendimento, afinal também fui criado dentro de uma cultura que tentou dizer para mim e pra todas as pessoas que isso era errado”, disse. “Passado esse processo e uma vez que eu tinha entendido isso para mim, na política, eu nunca criei um personagem. Nunca disse as outras pessoas que não era gay. Eu simplesmente não falava sobre assunto. A minha orientação sexual toca na minha vida e as pessoas é com a minha capacidade como gestor e não por ser ou não gay”, completou.
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