O Ministério Público do Paraná (MP-PR) cumpre mandado de busca e apreensão no escritório do deputado federal, Ricardo Barros (Progressistas), em Maringá, na manhã desta quarta-feira (16/9). A ação é realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) com apoio da Polícia Civil.
A casa de um empresário em São Paulo também é alvo da operação. O MP não informou detalhes das investigações.
De acordo com informações divulgadas pelo portal G1, as investigações envolvem fraudes na contratação de energia elétrica. Investigadores querem informações sobre a relação do empresário com Ricardo Barros e a esposa dele, Cida Borghetti, ex-governadora do Paraná.
Segundo informações do site O Antagonista, o Gaeco investiga acusações feitas por delatores da Galvão Engenharia sobre o pagamento de R$ 5 milhões em propina a Ricardo Barros para intermediar negócios junto à Copel. O caso foi relevado por o Antagonista em agosto.
Oito mandados de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça. Além de Maringá e São Paulo, também há ordens sendo cumpridas em Curitiba e em Paiçandu. Quatro empresas são investigadas na ação.
Em nota, a assessoria de imprensa de Ricardo Barros informou que o deputado está tranquilo e colabora com as investigações. “O parlamentar reafirma a sua conduta ilibada e informa que solicitou acesso aos autos do processo para poder prestar mais esclarecimentos à sociedade e iniciar sua defesa. Ricardo Barros, relator da Lei de Abuso de Autoridade, repudia o ativismo político do judiciário”, diz o comunicado.
Em agosto deste ano, Ricardo Barros foi escolhido como líder do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) na Câmara. Entre 2016 e 2018, o deputado foi ministro da Saúde durante o governo de Michel Temer (MDB). Barros está no sexto mandato na Câmara e já foi prefeito de Maringá.
Por meio de comunicado à imprensa, em que Barros não é citado, o Ministério Público informou que os mandados foram cumpridos em quatro cidades. Veja abaixo na íntegra.
“O Ministério Público do Paraná, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), cumpre na manhã desta quarta-feira, 16 de setembro, oito mandados de busca e apreensão em Curitiba, Maringá, Paiçandu e São Paulo. A investigação apura os crimes de lavagem de dinheiro e corrupção para facilitar negócio no ramo de energia eólica.
As ordens judiciais, expedidas pela 12ª Vara Criminal da capital paranaense, estão sendo cumpridas num escritório de contabilidade e em outros três endereços comerciais (onde funcionam quatro empresas), além de quatro residências.
A investigação no Ministério Público do Paraná foi iniciada a partir da remessa de peças por parte do Supremo Tribunal Federal, em novembro de 2019, decorrentes de colaboração premiada feita no âmbito da Operação Lava Jato. A apuração refere-se a fatos ocorridos entre o final de 2011 e o ano de 2014.”
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