O ex-chefe de gabinete de Beto Richa, Deonilson Roldo, e o operador financeiro do grupo político, o empresário Jorge Theodócio Atherino, foram condenados por recebimento de propina da Odebrecht.
Os dois são acusados do recebimento de dinheiro ilegal para beneficiar a empreiteira na Parceria Público Privada (PPP) para exploração e duplicação da PR-323, entre Francisco Alves e Maringá, em 2014.
Essa foi a primeira sentença proferida no caso da Operação Piloto, que teve origem na 53ª fase da Lava Jato. O juiz julgou parcialmente procedente as acusações feitas pela força-tarefa da Lava Jato do Ministério Público Federal (MPF), em 2018.
O ex-chefe de gabinete de Richa, Deonilson Roldo, foi condenado à pena de 10 anos e 5 meses em regime inicial fechado pela prática dos crimes de corrupção passiva e fraude em licitação, além de pagamento de multa.
O empresário Jorge Theodócio Atherino, operador financeiro do grupo político que comandava o Estado do Paraná, também foi condenado pela prática do crime de corrupção passiva. O juiz aplicou para Atherino a pena de 4 anos, 9 meses e 15 dias, para cumprimento em regime inicial semiaberto, além de pagamento de multa.
Ambos foram absolvidos das imputações do crime de lavagem de dinheiro. Ainda foram condenados executivos e funcionários do Grupo Odebrecht, denunciados pelo MPF, considerando a colaboração no caso.
As partes foram intimadas da sentença e poderão apresentar recursos. O ex-governador Beto Richa não é réu nesse processo. Ele é acusado pelos crimes de fraude em licitação, corrupção e lavagem de dinheiro em outra ação penal, que ainda está em tramitação.
Os casos de corrupção no Governo do Paraná começaram a ser investigados na 53ª fase da Lava Jato. O objetivo era aprofundar as investigações sobre a prática de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude em licitação referentes à duplicação da PR-323, que teriam favorecido o Grupo Odebrecht.
Em setembro de 2018, a força-tarefa da Lava Jato no Paraná denunciou 11 pessoas pelos crimes de corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro. De acordo com a denúncia, a Odebrecht fez um acordo ilícito com Deonilson Roldo para que a concorrência fosse limitada na licitação da PPP para obras na PR-323.
Em troca, a empreiteira pagaria R$ 4 milhões a Roldo e ao grupo político dele. Os procuradores da força-tarefa da Lava Jato afirmam que lançamentos registrados no sistema de contabilidade informal da Odebrecht mostram pagamento de pelo menos R$ 3,5 milhões em espécie.
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