O empréstimo de R$ 42 milhões da Prefeitura de Maringá junto à Caixa Econômica Federal foi amplamente discutido pelos vereadores e até criticado por alguns que entendiam que as obras não eram essenciais e que renderiam juros altos para o município. Para o prefeito Ulisses Maia (PDT), as discussões foram motivadas por “questões política e eleitoral”.
“Não é discussão de vereador preocupado com o empréstimo, tanto é que nesse mesmo mandato os vereadores, por unanimidade, aprovaram o empréstimo para os campinhos de futebol que estamos entregando agora”, declarou Ulisses Maia na manhã desta sexta-feira (19/7) durante o lançamento da campanha publicitária de conscientização no trânsito.
“Por que não falaram nada [na época]? Porque foi no começo do mandato. E por que estão falando agora? Estão falando porque querem espaço político eleitoral para serem candidatos no ano que vem. Não é uma preocupação com a cidade, mas com a campanha deles. Só que essa preocupação acaba prejudicando a população”, afirmou o prefeito.
O empréstimo foi aprovado na Câmara de Maringá por dez votos favoráveis e quatro contrários. Votaram contra o empréstimo os vereadores Chico Caiana (PTB), Dr. Jamal (PSL), Jean Marques (PV) e William Gentil (PTB). Os recursos do empréstimo vão ser usados na reforma da rodoviária, aquisição e reforma do Cine Teatro Plaza, na construção de duas Unidades Básicas de Saúde (UBS), na reforma de praças e construção de salões comunitários.
Para Ulisses Maia, não faz sentido afirmar que a construção de Unidades Básicas de Saúde, por exemplo, não é importante para o município. “É inadmissível uma pessoa em sã consciência dizer que uma unidade de saúde não é prioridade. Não é prioridade para quem tem plano de saúde, para quem precisa da saúde pública é prioridade sim.”
Além dos vereadores, as críticas também vieram do ex-vereador e atual deputado estadual Homero Marchese (Pros) e do Observatório Social de Maringá (OSM). Em entrevista à rádio CBN Maringá, a presidente do OSM, Giuliana Lenza, afirmou que o empréstimo aumentava a dívida consolidada do município.
Ulisses Maia disse que o empréstimo é uma prática comum nas prefeituras e que só é autorizado pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) por meio da análise de índices e da capacidade de endividamento dos municípios.
“É uma antecipação em investimento. Aquele investimento que demoraria três anos, por exemplo, você pega o recurso [com empréstimo] e antecipa aquilo. Claro que os juros vão ser diluídos, a população acaba pagando esses juros, mas vai usar essa benfeitoria que será feita. Isso ocorre no Brasil todo e pegamos infinitamente menos do que a nossa capacidade de endividamento”, explicou.
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