Mais um maringaense vai integrar o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos do governo Jair Bolsonaro (PSL). Professor do departamento de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Elflay Miranda, de 38 anos, foi nomeado como assessor especial e vai trabalhar diretamente com a titular da pasta, a ministra Damares Alves.
Segundo Miranda, ele foi convidado pela própria ministra no começo do mês para assumir o cargo. Nascido em Florianópolis (SC), Elflay Miranda mora em Maringá desde 2010 e era coordenador do Mestrado Profissional em Políticas Públicas da UEM. Na próxima semana ele pretende se mudar para Brasília e aguardar a posse para começar o trabalho no ministério.
Por causa da nomeação, ele terá que se afastar das atividades na UEM. O ato executivo que autoriza a disposição funcional do professor foi publicado na quarta-feira (24/1) no Diário Oficial do Paraná e o nome dele já consta no site do ministério. Casado e pai de um menino de 8 anos, agora ele se prepara para enfrentar o novo desafio.
Para Elflay Miranda, a atuação na área de políticas públicas foi o principal motivo pelo qual foi convidado para o cargo. “A ministra tem montado o ministério com uma parte técnica e como estava atuando como coordenador do mestrado e trabalho com isso, ela me convidou para integrar a equipe”, disse Miranda que conhece Damares Alves há cerca de 10 anos.
Formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ele também cursou direito entre 2012 e 2016 em uma instituição de ensino superior particular de Maringá. Elflay é mestre e doutor em sociologia política pela UFSC. O professor disse que o fato de ter que deixar o trabalho como docente pesou no momento de aceitar o cargo.
“Um dos critérios que me fez aceitar o convite, foi ter uma experiência cotidiana em políticas públicas. Acho que contribuir nesse momento com o governo federal também pode acrescentar bastante depois o meu trabalho na academia”, afirmou Miranda.
Outro maringaense que também integra o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos é o pesquisador e antropólogo, Igor Shimura, conhecido como Igor Cigano. Ele é diretor do Departamento de Igualdade Étnico-racial.
Com as nomeações de Shimura e Miranda, três paranaenses ocupam cargos no ministério. A terceira é a jornalista de Curitiba Sandra Terena, atual secretária nacional de Políticas de Promoção de Igualdade Racial. Ela é a primeira indígena a ocupar o cargo.
Ministra coleciona polêmicas
Ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, a pastora Damares Alves coleciona declarações polêmicas contra indígenas, o movimento feminista e pelo fato de relacionar ciência com religião, quando criticou a Teoria da Evolução proposta pelo britânico Charles Darwin.
Nesta semana, em um vídeo gravado em 2013 a ministra aparece dizendo que na Holanda haveria quem incentivasse a masturbação em bebês e a manipulação genital em meninas. As declarações da ministra foram criticadas pela imprensa holandesa.
Para o professor Elflay Miranda, que irá trabalhar diretamente com Damres, as declarações da ministra estão ligadas a luta dela em prol dos direitos humanos. “Acho que a gente tem que estar mais atento ao trabalho que ela desenvolve na prática, com todo o histórico dela, do que com os recortes que alguma parte da mídia tem feito fora do contexto”, disse.
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