“O presidente eleito Jair Bolsonaro já enfrenta uma crise antes de assumir”, comentou nesta quinta-feira (13/12) o deputado federal reeleito Rubens Bueno (PPS -PR), referindo-se às movimentações financeiras suspeitas na conta bancária de um ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bonsonaro (PSL-RJ).
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta do ex-assessor Fabrício Queiroz, que é policial militar. “Tem que aprofundar a investigação, não pode deixar sem uma resposta contundente, porque esse rame-rame só vai aprofundar a crise e aumentar o desgaste”, disse Bueno.
Durante visita ao Maringá Post, o ex-prefeito de Campo Mourão reafirmou seu reconhecimento ao resultado das urnas e avaliou que os nomes anunciados para compor o primeiro escalão do governo Bolsonaro “em um balanço geral são mais positivos do que negativos e são pessoas das áreas que vão atuar”.
Observou, no entanto, “que ainda falta mostrar uma linha de governo e detalhar as reformas que pretende fazer”. Rubens Bueno, que de manhã também discursou na Câmara de Vereadores, disse que no parlamento vai “apoiar o que for bom para o país e cumprir o seu papel de fiscalizar e cobrar os compromissos de campanha”.
Como relator da comissão especial dos supersalários públicos, lamentou que o relatório da comissão que analisou as regras para a aplicação do teto salarial não tenha sido votado este ano. “No início da próxima legislatura vou insistir novamente para que seja submetido direto ao plenário”, disse Rubens Bueno.
O parlamentar lembrou que os juízes e promotores têm 60 dias de férias remuneradas por ano, com 30% adicionais, e também usufruem do recesso do poder judiciário, que este ano foi de 28 dias. “Foram 88 dias de férias em 2018”, observou. Ele passou o dia em Maringá e municípios da região.
O relatório foi protocolado no dia 11 de junho e prevê restrições de benefícios acima do teto constitucional. O teto é o salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), hoje de R$ 33,7 mil e que será reajustado em 16% no ano que vem. Vai para R$ 39 mil e o efeito cascata deve causar um impacto bilionário.
As estimativas indicam um impacto de R$ 717 milhões no Judiciário e R$ 258 milhões no Ministério Público Federal. No Poder Executivo, onde o teto leva a descontos nos salários que ultrapassam o limite constitucional, são mais R$ 400 milhões, que se somam a outros R$ 2,6 bilhões nos entes federativos. “Tem juiz que ganha R$ 120 mil por mês”, acrescentou Rubens Bueno.
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