Os investimentos feitos pela Prefeitura de Maringá em 2017, primeiro ano da gestão Ulisses Maia, foram 41,2% menores ante 2016. Foram investidos 207,81 por habitante. Mesmo assim, a cidade é a quarta – entre 17 selecionadas – do Sul do Brasil que mais investiu em obras e compras de equipamentos.
Os dados são do anuário Multi Cidades – Finanças dos Municípios do Brasil, elaborado pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP). Segundo o anuário, as prefeituras brasileiras administraram 2017 com um cenário equivalente ao de 2013.
O documento aponta que 2015 e 2016 foram os anos mais graves de recessão econômica e que só em 2017 as receitas municipais pararam de cair. Mesmo assim, as cidades preferiram manter a política de austeridade e os investimentos baixaram a níveis parecidos com os de 2005.
Analisando o contexto de Maringá, a cidade não chegou a perder receita nos anos mais graves da crise. Apenas em 2017 é que houve uma queda de 0,8% na arrecadação. Se observados apenas os dados de receita corrente, oriunda dos impostos, a queda nunca chegou a ocorrer e a variação de 2016 para 2017 foi positiva em 1,6%.
Se a arrecadação maringaense permaneceu crescendo – mesmo que pouco – as despesas caíram de 2016 para 2017 cerca de 1,7%. Em dinheiro, isso representa R$ 18,9 milhões. A queda veio depois de três anos em que as despesas cresceram em média 2,5% por ano.
As despesas totais do Município em 2017 foram de R$ 2.958,31 por habitante, ou R$ 1,2 bilhão no total. Já os investimentos foram de R$ 207,81 por habitante. O total investido foi de R$ 84,5 milhões, o que equivale a 7% de tudo o que foi gasto pelo município durante o ano e 6,7% de tudo o que foi arrecadado.
Entre os 17 municípios da Região Sul analisados pelo anuário Multi Cidades, mesmo com a grande queda nos investimentos, Maringá fica em quarto lugar entre as cidades que mais investiram, ficando atrás apenas das capitais Porto Alegre e Curitiba; e Blumenau, em Santa Catarina.
No Paraná, apenas Curitiba e Ponta Grossa aumentaram os investimentos. Maringá investiu mais que São José dos Pinhais, que teve uma queda de 50,7% e Londrina, que teve uma queda de 45,8%. No Ranking com as cem cidades que mais investiram, Maringá ficou em 32º lugar. Quando levamos em conta o investimento per capita, Maringá não figura na lista das cem maiores.
Ainda de acordo com o levantamento é possível observar que a arrecadação com o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) só fez aumentar nos últimos cinco anos. De 2016 para 2017 o aumento foi de 5,3%. O valor total foi de R$ 152,4 milhões, ou 36,3% da arrecadação tributária do Município.
A receita com taxas, como a da coleta de lixo e de limpeza urbana, aumentou 7,8% em Maringá. Os gastos com o funcionalismo público o aumento foi de 5,8%, ou R$ 33 milhões a mais em 2017.
Mesmo com a queda nas despesas totais, os gastos com educação e saúde aumentaram. A educação teve aumento de 11,8% e a saúde de 9,6%. Foram investidos R$ 8.948,51 por habitante em educação e R$ 1.034,56 em saúde.
Pesquisa abrange 106 cidades
Para a montagem do anuário Multi Cidades foram selecionados 106 municípios, a maioria com mais de 200 mil habitantes. A seleção incorpora os maiores municípios brasileiros, sendo pelos menos dois por Estado e um deles devendo ser a capital. Os valores foram atualizados conforme Índice de Preços ao Consumidor – IPCA para valores correspondentes em 2017.
Em sua 14ª edição, a publicação utiliza como base números da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentando uma análise do comportamento dos principais itens da receita e despesa municipal, tais como ISS, IPTU, ICMS, FPM, despesas com pessoal, investimento, dívida, saúde, educação e outros.
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