O núcleo duro do futuro ministério da Justiça é todo pé vermelho de origem. A começar pelo futuro ministro Sérgio Moro, nascido e formado em Maringá, que terá como braços direitos um filho de Mandaguaçu e uma filha de Apucarana. Todos ligados à Operação Lava Jato.
Os dois primeiros nomes para compor o primeiríssimo escalão do ministério foram anunciados por Moro nesta terça-feira (20/11): o delegado Maurício Valeixo como diretor-geral da PF e a delegada Érika Malena como diretora de recuperação de ativos e cooperação jurídica internacional.
“Seria um tolo se não aproveitasse quem já trabalhou comigo e demonstrou confiança e eficiência”, disse Moro ao anunciar parte da equipe, que terá como prioridade o combate à corrupção e ao crime organizado. Érika, inclusive, foi quem deu nome à operação que levou à prisão o ex-presidente Lula.
Sérgio Moro nasceu em 1º de agosto de 1972 na Santa Casa, à Rua Santos Dumont, e se formou na Universidade Estadual de Maringá (UEM), em 1995. Biografias do juiz famoso encontradas na internet erram ao informar que ele é de Ponta Grossa e formado na Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Moro estudou, sim, na UFPR, onde fez mestrado e doutorado, especializando-se em crimes financeiros. Tornou-se juiz federal em 1996, apenas um ano após concluir a faculdade de Direito, segundo postagem da sua mãe no Facebook, Odete Moro, que ainda reside em Maringá.
Já Maurício Valeixo é nascido em Mandaguaçu, a 21 quilômetros de Maringá. Tem 48 anos, é formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e delegado da Polícia Federal há duas décadas. Atualmente responde pela superintendência da PF do Paraná.
O posto que Valeixo vai ocupar a partir da posse do presidente eleito Jair Bolsonaro tem conexão direta com todos os delegados da Polícia Federal, da qual já foi diretor de Inteligência, adido policial em Washington (EUA) e diretor de investigação e combate ao crime organizado.
A delegada Érika Mialik Marena, 43 anos e nascida em Apucarana, a 62 quilômetros de Maringá, atualmente é a superintendente da Polícia Federal em Sergipe. Ocupará um posto estratégico no ministério para recuperar dinheiro desviado dos cofres públicos, esteja aqui ou no exterior.
Érika trabalhou com Sérgio Moro no início da Lava Jato e chegou a ser personagens de filmes. Uma delas interpretada pela atriz Flávia Alessandra no longa “Polícia Federal: A Lei é para Todos”, de 2017, e outra pela atriz Carol Abras, na série da Netflix “O Mecanismo”, deste ano.
Em 2016, Érika, como chefe da área de combate à corrupção e desvio de verbas públicas da superintendência da PF em Santa Catarina, foi a mais votada de uma lista tríplice para concorrer à diretoria-geral da Polícia Federal. Naquele Estado, ela esteve à frente da Operação Ouvidos Moucos.
Essa operação resultou na prisão do reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Carlos Cancellier de Olivo, acusado de tentativa de obstrução de justiça. Afastado da universidade, ao sair da prisão por força de um habeas-corpus, Cancellier, que não tinha antecedentes, cometeu suicídio.
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