Primo de Beto Richa é alvo em Operação da Lava Jato que investiga concessionárias de rodovias, entre as quais a Viapar. Mandato de busca e apreensão é cumprido em Maringá

  • A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (26/9) a 55ª fase da Operação Lava Jato – Operação Integração II. A investigação tem como foco casos de corrupção ligados às seis concessionárias de rodovias federais no Paraná que fazem parte do chamado Anel da Integração –  Viapar, Econorte, Ecovia, Ecocataratas, Rodonorte e Caminhos do Paraná. Em Maringá, foi cumprido um mandato de busca e apreensão na sede da Viapar.

    Policiais, auditores fiscais e membros do Ministério Público Federal participam da ação no Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo. Cerca de 400 servidores estão cumprindo 92 mandados judiciais, sendo 73 de busca e apreensão, 3 de prisão preventiva e 16 de prisão temporária. O primo do ex-governador Beto Richa, Luiz Abi Antoun, que mora em Londrina, está sendo procurado, mas ele estaria em viagem ao Líbano.

    Luiz Abi Antoun, primo de Beto Richa, que está sendo procurado pela PF

    Dos 73 mandados de busca e apreensão, 59 estão sendo sendo cumpridos no Paraná, sendo 40 em Curitiba. As cidades onde estão sendo cumpridos os mandados de prisão não foram divulgados. Com o avanço das investigação e acordos de colaboração premiada, foi possível identificar núcleos específicos e organizados que atuavam de forma criminosa para obter benefícios indevidos a partir dos contratos de concessão.

    Segundo a Polícia Federal, foram identificados núcleos políticos compostos por altas autoridades do governo do Paraná que agiam praticando atos de ofício em benefício das concessionárias e realizando influência política junto aos órgãos técnicos. Os técnicos mantinham estreita ligação com as empresas contratadas.

    As formas de atuação se davam, ainda de acordo com a PF, na elaboração de aditivos contratuais fraudulentos, na formulação de planilhas para criar um suposto desequilíbrio econômico-financeiro em favor das concessionárias, assim como fiscalizavam as obras para poder obter ainda mais benefícios financeiros, como propina.

    Por sua vez, os empresários se organizavam para ratear o pagamento de propina, propor aditivos com base em desequilíbrio econômico-financeiro fraudulento, cobrar do governo ajustes, o andamento ágil dos pareceres técnicos e a contratação dos aditivos, criar contratos de prestação de serviço fictícios com empresas, sendo algumas indicadas pelo próprio governo.

    Os investigados responderão pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, fraude a licitações, lavagem de dinheiro e associação criminosa, dentre outros. Todos os presos serão conduzidos à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba/PR onde permanecerão à disposição do Juízo da 23ª Vara Federal de Curitiba/PR.

    Nota da Viapar

     

    A VIAPAR reitera que sempre cumpriu todas as regras legais e está comprometida em atender ao contrato de concessão, de forma ética e transparente.

    A empresa sempre esteve à disposição das autoridades públicas para auxiliar nos esclarecimentos necessários para a elucidação dos fatos.

    A concessionária vai se pronunciar prontamente junto às autoridades assim que se inteirar totalmente dos autos.

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