O soldado Nilson Roberto Pessuti Filho, conhecido como Soldado Pessuti, que se tornou popular nas redes sociais por postagens com discursos polêmicos e desprovidos de “papas na língua”, foi expulso das fileiras da Polícia Militar do Paraná após Apuração Disciplinar de Licenciamento (ADL). Apenas uma de suas postagens teve 3 milhões de visualizações.
Foram arrolados cinco fatos acusatórios, mas Pessuti afirmou na tarde desta quarta-feira (8/8) que já havia pedido o desligamento da corporação para ser candidato a deputado federal pelo PSL, já que tem menos de 8 anos de serviço. “Enrolaram uma resposta ao meu pedido de desligamento e anteciparam o processo de desligamento”, disse.
O primeiro fato acusatório da ADL ocorreu em 8 de fevereiro de 2017, quando o Soldado Pessuti postou um vídeo, no qual ele aparece com o uniforme da PM e faz comentários sobre a crise na segurança pública do Espirito Santo e, segundo a acusação, incitou atos de violência dissonantes à Constituição Federal.
O segundo fato ocorreu em novembro de 2016. Conforme apurado por sindicância, o Soldado Pessuti impediu que o pai de um adolescente abordado por equipe policial entrasse no 4º Batalhão da PM para apresentar as supostas agressões sofridas pelo filho, quando deveria ter encaminhado o reclamante a um oficial.
O terceiro fato arrolado pela ADL diz respeito a opiniões com excesso de linguagem em vídeos postados no Youtube em janeiro de 2017. Na postagem intitulada “Absurdo: Recado Dado”, o Soldado Pessuti se dirige a supostas ameaças que estariam sendo feitas a seus seguidores no canal social e pede para os “vagabundos” irem atrás dele.
Em determinado momento do vídeo ele diz “já vou avisando, se mexer com os meus amigos, pessoas que não tem como se defender, devido a esse Estado que defende vagabundo, tô aqui ó. Vou te atropelar, beleza? Não deixa eu te pegar não”. Também critica as leis que, segundo ele, “soltam marginais porque são menores de idade”.
No quarto fato acusatório consta uma discussão do Soldado Pessuti com um internauta do Rio Grande do Sul em página do Facebook. O cidadão diz que o soldado incita a violência, ao que ele responde que “simplesmente fala a verdade”. O debate esquenta e o interlocutor diz que o soldado “está em profissão errada”.
Diz ainda que “a farda não lhe dá poderes e sim lhe traz responsabilidades”. O Soldado Pessuti responde que segue as leis, mas que “às vezes é melhor usar o bom senso”. “Então o senhor escolhe as leis que deve seguir?”, questiona o internauta, ao que Pessuti responde: “Hoje em dia? Com certeza. Todos brasileiros honestos deveriam fazer isso”.
O quinto fato acusatório diz respeito a uma entrevista de Pessuti ao Maringá Post, publicada no ano passado. Nela, ele confirma que estava respondendo a processo interno por ter postado vídeo fardado contra os direitos humanos:
– É um processo exoneratório, na tentativa de me mandar embora, Mas me preocupo mesmo em perder a dignidade. Emprego? Arrumo outro.
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