O dia seguinte à troca de tabefe na face e soco na boca entre o vereador Mário Verri (PT) e o soldado Pessuti, da PM, ao final do desfile de aniversário dos 71 anos de Maringá na segunda-feira, teve os primeiros desdobramentos nesta terça-feira (15/5/), por iniciativas dos dois envolvidos.
O vereador usou a tribuna livre da sessão da Câmara para apresentar sua versão do entrevero e recebeu a solidariedade do presidente do PT de Maringá, vereador Carlos Mariucci, que em aparente paradoxo também condenou atos de violência. “Esse soldado afronta a sociedade”, afirmou.
O soltado da Polícia Militar, por sua vez, prometeu representar criminalmente contra o vereador e pedir a sua cassação por quebra de decoro parlamentar. “Estou em serviço e assim que sair irei ao Instituto Médico Legal fazer exame de corpo de delito e nos próximos dias vou entrar com o pedido de Comissão Processante”, disse Pessuti.
As versões de Mário Verri e soldado Pessuti são similares em relação ao início da briga, mas divergem a partir do ponto em que as agressões verbais e físicas se consumaram. O comando da PM abriu sindicância interna para apurar o ocorrido e o soldado arrolou duas testemunhas oculares. Também disse que vai tentar obter imagens dos fatos.
Na tribuna, Verri disse que não foi hostilizado pelo pessoal que estava ao lado da imagem do juiz Sérgio Moro. As pessoas que passavam por ali eram chamadas para ser fotografadas ao lado do juiz, convite que teria sido recusado pelo vereador.
A partir daí teria ocorrido os desentendimentos entre o vereador de quase 2 metros e o soltado com cerca de 1,75, em um round de dois golpes. Verri diz que Pessuti lhe disse que seria bom ele “sair de perto porque o juiz prende petistas”. E Pessuti diz que Verri afirmou que “Moro era uma vergonha”, ao que ele retrucou que “vergonha é o PT”.
O que Mário Verri e Soldado Pessuti disseram
Verri disse na tribuna da Câmara na manha desta terça:
– Não sou vagabundo, não sou ladrão e não sou safado. Se fosse, abaixaria a cabeça como muitos fazem, mas reagi às provocações e dei um tapa na cara dele. As pessoas podem não gostar de mim e das minhas posições, mas é preciso respeito.
Pessuti disse ao telefone ao ser procurado pela reportagem:
– Fui agredido covardemente quando já estava meio de costas e me afastando. Fui surpreendido e revidei com um soco, que infelizmente só pegou de raspão no braço e na boca dele. Me seguraram na hora, senão ele ia ver.
Nenhum outro vereador se manifestou sobre a briga envolvendo um dos representantes da Câmara em evento público que reuniu milhares de pessoas na manhã de segunda-feira.
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