O inquérito relatado pelo delegado Luiz Henrique Vicentin sobre as suspeitas de agressão a alunos por parte de uma educadora de um Centro Municipal de Educação Infantil de Maringá seguiu para análise do Ministério Público. Por envolver crianças, o inquérito corre sob segredo de justiça.
O inquérito, aberto em novembro do ano passado, agora está sendo analisado com prioridade pelo promotor Basicamente, o Código Penal prevê três alternativas: oferecer denúncia à Justiça, solicitar novas diligências ao delegado ou promover o arquivamento.
Sabe-se, extraoficialmente, que pelo menos quatro crianças foram analisadas por psicóloga especializada e que o delegado ouviu as mães dos alunos supostamente agredidos e professoras do CMEI, principalmente a suspeita, que depois da repercussão dos fatos teria entrado em depressão.
Na manhã do dia 8 de novembro um grupo de mães promoveu um protesto à frente do CMEI Zeferino Krukoski, no Conjunto Thaís, e denunciou a professora que, segundo elas, colocou a cabeça de seus filhos dentro de um vaso sanitário e ameaçou dar descarga, para punir indisciplina.
No mesmo dia, a secretária de Educação Valkíria Trindade determinou o afastamento preventivo da educadora das atividades e foi aberta uma sindicância interna. Até então, a ficha da professora, com 13 anos de atuação na rede municipal, não continha nenhum registro de fatos que a desabonasse.
Sindicância da prefeitura foi arquivada
A sindicância feita pela prefeitura não chegou a constatar “o mínimo indício de materialidade de qualquer irregularidade”, segundo justificou o secretário de Recursos Humanos, César Augusto de FRança, que determinou o arquivamento do processo.
A apuração da sindicância praticamente se limitou ao trabalho de uma psicóloga da secretaria de Educação, que ouviu as colegas de trabalho da professora e as crianças que teriam sofrido abuso. O relatório foi concluído em 18 de dezembro.
O secretário, com o texto da sindicância em mãos, afirmou no dia que órgão oficial publicou o despacho de arquivamento, em 16 de janeiro:
– Os dois meninos que teriam sofrido as agressões falaram tranquilamente sobre o assunto, se comportaram com naturalidade, sem medo da simulação ou trauma do local. Esse comportamento não é compatível com vítimas de violência.
Assim que os fatos foram divulgados pela mídia, a professora recebeu a solidariedade da categoria. Atos públicos convocados pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Maringá (Sismmar) foram realizados no final de 2017 e a professora, ao retomar as atividades, em outro CMEI, foi alvo de hostilidades.
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