Prefeitura aumenta 700% preço de uso do Willie Davids para eventos religiosos e shows. “Objetivo é preservar os bens públicos”, justifica secretário

  • A julgar pela nova tabela de preços para o fornecimento de bens materiais, patrimoniais e serviços não abrangidos pelo sistema tributário, a administração Ulisses Maia (PDT) reviu a política para locação de espaços esportivos, como o Ginásio de Esportes Chico Neto e o Estádio Regional Willie Davids, para a realização de eventos religiosos e culturais.

    Pelo menos é essa a conclusão a que se chega ao comparar os preços anteriores, determinados por decreto municipal número 1705, de 28 de dezembro de 2016, às vésperas do fim da ex-administração, com o decreto número 2862, de 2 de março deste ano, que só foi publicado no dia 23 de março deste ano.

    O preço para locação do Willie Davids para eventos religiosos e culturais, sem cobrança de ingressos, saltou de R$ 897,00 para R$ 6.281,30. Já o Chico Neto, para os mesmos fins, foi de R$ 2.038,20 para R$ 2.512,52. Os reajustes de 700% e 23% são absolutamente superiores aos verificados na comparação em todos os demais itens dos dois decretos.

    Preços para uso do Estádio Regional Willie Davids, estabelecidos pelo decreto de dezembro de 2016
    Preços para uso do estádio Willie Davids, estabelecidos pelo decreto de março de 2018

    Para se ter um ideia, para eventos esportivos oficiais sem cobrança de ingresso, o uso do Willie Davids passou de R$ 641,00 para R$ 658,76. E o do Chico Neto, para fins semelhantes, foi de R$ 128,30 por hora para R$ 131,86 por hora. Os dois reajustes ficam abaixo dos 3%.

    Esse porcentual próximo à correção da inflação do período é o mesmo me praticamente todos os demais itens constantes nas tabelas que acompanham os dois decretos municipais, o primeiro assinado por Carlos Roberto Pupin, e o segundo por Ulisses Maia, e que ocupam três páginas do órgão oficial do município cada um.

    Espaços devem ser usados de forma adequada

    Procurado na manhã desta quinta-feira (29/3), o secretário-chefe de Gabinete da prefeitura, Domingos Trevizan, explicou que o objetivo nas correções dos preços “é preservar os bens públicos e destiná-los exatamente aos fins para os quais foram concebidos”.

    Exemplificou, por exemplo, que o piso do Chico Neto é especial para a prática esportiva e que a colocação de palcos e cadeiras, para eventos religiosos ou culturais, provocam danos. “Isso tem um custo e a manutenção é cara. O mesmo ocorre com o gramado do Willie Davids”.

    Além disso, apontou Trevizan, “há um atropelo de calendário”. Segundo ele, “as vezes o pessoal fazia reservas para o Chico Neto com bastante antecedência para um evento religioso ou cultural e isso acabava impedindo a realização de eventos esportivos”.

    Acrescentou que “não há o impedimento, mas sim a definição de uma política para o uso adequado dos próprios públicos”. E lembrou que a administração municipal também passou a não permitir determinados eventos. “O teatro Callil Haddad, por exemplo, não é lugar para coquetel”.

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