Sindicato diz que região de Maringá tem o menor índice de paralisação no Paraná na greve nacional dos Correios. Nenhuma unidade fechou as portas na cidade

  • Até o final da manhã desta segunda-feira (12/3), primeiro dia da greve nacional dos Correios, nenhuma unidade da empresa em Maringá havia paralisado o atendimento ao público.

    O diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Comunicações Postais (Sintcom) do Paraná, Ezequiel Dutra, disse que a adesão na região  de Maringá “é de 50%, a menor em todo o Estado, onde a média de trabalhadores paralisados é de 70%”.

    Segundo Dutra, diretor de comunicação do Sincom-PR, embora 50% tenham cruzados os braços, as unidades estão atendendo, “mas a tendência é de crescimento da adesão. Nas greves passadas foi assim também. Hoje é só o primeiro dia”.

    Já a assessoria de comunicação da central dos Correios no Paraná, em Curitiba, informou que só terá um balanço à tarde. As gerencias locais não estão autorizadas a falar sobre a greve, que, segundo release do Sintcom, “no Paraná, foi aprovada por unanimidade”.

    As assembleias, ainda segundo o sindicato, foram realizadas entre os dias 2 e 5, nas cidades de Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, Foz do Iguaçu, Guarapuava e Ponta Grossa. O principal motivo da paralisação diz respeito ao plano de saúde da categoria.

    Diz a nota do Sintcom que “os trabalhadores alegam não suportar mais o sucateamento da empresa que visa a privatização. O extremo da crise são as novas regras sobre o plano de saúde dos funcionários, cuja proposta da empresa foi acolhida pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) e será julgada no dia 12”.

    “Dentre as principais mudanças no plano – continua -, estão a cobrança de mensalidade de titular e dependentes, aumento de 300% no percentual de coparticipação de consultas e exames e exclusão de pai e mãe. Tais mudanças, na avaliação dos trabalhadores, irão inviabilizar o direito à assistência médica”.

    Salários são os mais baixos entre as estatais

    Segundo o sindicato, hoje, 90% dos trabalhadores dos Correios têm um salário médio de R$ 2,3 mil mensais bruto. Já os cargos de indicação política, tanto nos Correios, quanto na Postal Saúde, são acima de R$ 20 mil acrescidos de gratificações.

    De acordo com a entidade dos trabalhadores, o Plano de Saúde é fruto de negociações coletivas de décadas e sua implantação foi como uma contrapartida aos baixos salários da categoria, o meno entre as estatais. “Foi uma espécie de anestesia à luta por melhorias salariais e uma resposta às condições de trabalho degradantes”, diz.

    O secretário geral do Sintcom, Marcos Rogério Inocêncio, disse que “a mudança o plano de saúde é o limite do insuportável diante dos ataques que a empresa tem feito aos funcionários”.  Segundo ele, os trabalhadores não aguentam mais ver a empresa sendo destruída.

    O sindicalista disse que  “a privatização dos Correios já está acontecendo de dentro para fora. Justifica que isso ocorre por meio “do enxugamento da empresa com programas de demissões incentivadas, extinção de cargos, fechamento de agências, sucateamento da frota e de maquinário, redução da jornada de trabalho e de salários”.

    Acrescenta ainda que também está ocorrendo “a terceirização precária de atividades essenciais, aumento no repasse às agências franqueadas em contrapartida ao fechamento de unidades próprias”.

    Correios diz que greve piora situação de todos

    A direção dos Correios emitiu nota nesta manhã, dizendo que a greve agrava a situação dos Correios, tanto da empresa quanto dos trabalhadores. Segue nota na íntegra:

    “A greve é um direito do trabalhador. No entanto, um movimento dessa natureza, neste momento, serve apenas para agravar ainda mais a situação delicada pela qual passam os Correios e afeta não apenas a empresa, mas também os próprios empregados.

    Esclarecemos à sociedade que o plano de saúde, principal pauta da paralisação anunciada para esta segunda-feira (12) pelos trabalhadores, foi discutido exaustivamente com as representações dos trabalhadores, tanto no âmbito administrativo quanto em mediação pelo Tribunal Superior do Trabalho e que, após diversas tentativas sem sucesso, a forma de custeio do plano de saúde dos Correios segue, agora, para julgamento pelo TST.

    A empresa aguarda uma decisão conclusiva por parte daquele tribunal para tomar as medidas necessárias, mas ressalta que já não consegue sustentar as condições do plano, concedidas no auge do monopólio, quando os Correios tinham capacidade financeira para arcar com esses custos”.

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