O juiz da 4ª Vara Criminal de Maringá, Rafael Altoé, recebeu a denúncia do Ministério Público, com base em investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Maringá, de corrupção qualificada por parte de um delegado, um investigador e dois servidores públicos que trabalhavam em delegacias da região. Outros denunciados teriam ligação com os esquemas de jogos de azar na região.
O processo criminal é parte da Operação Barão de Drummond, deflagrada em agosto do ano passado, para investigar o recebimento de propina, por parte de autoridades policiais, para tolerar o jogo do bicho e as máquinas caça-níquel em cidades da região de Maringá.
Nas investigações, por meio de escutas telefônicas e diligências, o Gaeco demonstrou, por exemplo, que o ex-delegado de Sarandi, Reginaldo Caetano da Silva, teria recebido R$ 2 mil ao mês para não combater os jogos ilegais. Para o investigador Paulo Enrique da Costa Oliveira, que atuava em Paiçandu, o esquema denunciado era o mesmo, mas os valores identificados pelo Gaeco eram menores.
Os servidores públicos envolvidos eram cedidos pelas prefeitura de Ivatuba e Floresta para atuarem junto às delegacias das cidades. Eles irão responder por corrução passiva.
De acordo com o processo, o juízo da 4ª Vara Criminal aceitou as denúncias de corrupção e/ou estelionato, contra Amanda Lissi Gouveia, Darci de Paula Barreto Junior, Eros Lourenço de Almeida, Jose Antônio Garcia, João Paiva, Luciano Caldeira dos Santos, Mário Afonso Costa Neto, Paulo Enrique da Costa Oliveira, Reginaldo Caetano da Silva, Valdir de Jesus Frasson, Wendel Ricardo Neves e Wagner Vercezi.
A partir de agora, os réus terão a oportunidade de apresentação das defesas junto ao processo para questionar as denúncias e, até mesmo, a investigação do Gaeco. Só então, o juiz irá decidir pela condenação ou não dos acusados.
O promotor do Gaeco, Laércio Januário de Almeida, solicitou ao juízo e foi aceito o arquivamento sobre possíveis irregularidades em relação aos investigados Osmir Ferreira Neves, Aécio Silveira dos Santos Filho, Maicon Edilson Benck, Cleverson Oliveira, Rodrigo Ferreira Neto, Walter Garcia de Oliveira Neto e Ragmar Vieira Corga, Samir de Castro Mohana, Júnior Rodrigues Henriques, José Augusto de Melo Gouveia, Valmir Bossoni, Moisés Ricardo Antunes, Eliton Dias Coradassi, Airton José Dias Coradassi, Airton José Dias Coradassi Filho e Diogo Rodrigues dos Santos.
Osmir Ferreira Neves, à época dos fatos, era o delegado-chefe da 9ª Subdivisão Policial de Maringá e acabou investigado porque o irmão dele, Wendel Ricardo Neves, teria citado o nome do delegado Osmir para tentar obter vantagens de pessoas ligadas ao esquema de jogos ilegais. O interesse dos envolvidos era obter informações privilegiadas sobre eventuais operações.
Osmir Ferreira Neves é arrolado como testemunha do caso e Wendel Ricardo Neves foi denunciado pelo Ministério Público e terá de responder ao processo.
O Maringá Post não conseguiu identificar os advogados dos denunciados para tentar ouvir os argumentos dos réus.
Máquinas serão incineradas nesta quinta-feira
As máquinas caça-níquel e as máquinas usadas em apostas do jogo do bicho, apreendidas na operação do Gaeco, serão incineradas nesta quinta-feira (1/3), em Maringá.
O trabalho de destruição, que inclui um colete balístico, também foi autorizado pelo juiz Rafael Altoé, na mesma sentença em que aceitou as denúncias de corrupção e estelionato.
A decisão proferida no processo 0029901-48.2017.8.16.0017 foi assinada na quinta-feira (15/2).
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