O polêmico policial militar Nilson Roberto Pessuti Filho, de Maringá, que tem milhares de seguidores na sua página no Facebook, foi condenado liminarmente pela juíza substituta de Ponta Grossa, Michelle Delezuk, a retirar do ar uma postagem sobre uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), feita no dia 8 de fevereiro, na qual 12 policiais militares rodoviários foram presos.
Na terça-feira de Carnaval, a magistrada deferiu o pedido do policial rodoviário Juliano Benjamim dos Santos, que não estava envolvido na operação e se sentiu ofendido, para retirar a postagem no prazo de 1 hora após a intimação do réu, sob pena de multa diária de R$ 2 mil, pois Michelle entendeu que as declarações do post são ofensivas a todos os policiais rodoviários.
A juíza também indeferiu o pedido de impedir que Pessuti voltasse a falar sobre o assunto, afirmando que “cumpre ressaltar que se mostra incabível determinar ao réu que se abstenha de comentar sobre o tema em questão, vez que esta medida configuraria evidente censura prévia”, escreveu.
No início da noite desta quarta-feira (14/2), Pessuti ainda não havia sido intimado da decisão judicial e, sobre a iniciativa do policial rodoviário, que “tentativas para me amedrontar, intimidar e calar não vão funcionar”. Ele avisou que “ia florear suas palavras para não ofender inocentes” e afirmou que, “supostamente, tem muito policial rodoviário corrupto no Paraná, que se exibe desfilando com carro importado”.
Recorreu inclusive a uma conhecida metáfora para se expressar sobre “determinados postos policiais rodoviários estaduais. “Olha, um dia um caminhoneiro me disse que a vaca era malhada. No outro dia recebi a informação de outro motorista dizendo que a mesma vaca era mesmo malhada. Ora, se todo mundo está dizendo que a vaca é malhada, pelo menos uma mancha ela tem”.
Porque os policiais rodoviários não fazem a faxina?
Acrescentou, se referindo a operação do Gaeco, que “teve que vir gente de fora para combater a corrupção na polícia rodoviária do Paraná. Tem gente séria na corporação, mas tem medo de denunciar e se omite. Essa é a verdade e dizer o contrário é hipocrisia. A gente mesmo tem que limpar a nossa casa. Porque os policiais rodoviários não fazem isso?Tem muito lixo por aí e a corrupção é o grande problema deste País”, afirmou.
Ação de indenização, que pede ressarcimento moral de R$ 18.740,00, movida pelo policial rodoviário Juliano Benjaim dos Santos diz que ele “sentiu-se fortemente ofendido com a publicação veiculada” por Pesuti e a juíza entendeu que “as expressões e palavras utilizadas pelo réu são claramente desabonadoras e ofensivas à imagem dos policiais militares rodoviários do Estado do Paraná de uma forma generalizada”.
Algumas declarações feitas pelo PM de Maringá em entrevista ao Maringá Post publicada no dia 24 de novembro do ano passado, constam dos autos do processo em tramitação em Ponta Grossa. Uma delas é a que se refere ao fechamento de uma página dele no Facebook. “Juntaram um monte de vagabundos e denunciaram minhas postagens. Se for o caso, vou abrir mil páginas”. A página 452 mil seguidores.
Vereador diz que vai entrar com ações em massa
Durante a sessão da Câmara de Maringá na manhã desta quinta-feira (15/2), o vereador Do Carmo (PR), ex-policial rodoviário estadual, disse durante a sessão legislativa que o seu grupo, de 180 policiais, vai entrar com uma ação de indenização em massa contra o soldado Pessuti.
A afirmação foi feita durante um debate sobre reputação, motivada por uma postagem do vereador Homero Marchese (PV), que segundo Do Carmo “feriu a reputação de todos os garis de Maringá, assim como a do soldado manchou a de todos os policiais rodoviários estaduais do Paraná”.
- Primeira atualização foi feita nesta quinta-feira (15/2), às 14h50, com a inclusão da informação que o vereador Do Carmo vai acionar a Justiça contra o soldado Pesuti.
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