Sucessão no Paraná passa necessariamente por Maringá, que tem dois dos cinco pré-candidatos

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Maringá está, pode-se dizer, no centro das definições das possíveis candidaturas à sucessão no Palácio Iguaçu. Está posto que das cinco mais evidentes até aqui, duas delas são da cidade e estão correndo o trecho visando a consolidar suas pretensões. Com umas pitadas a mais: uma é da base aliada do governador Beto Richa (PSDB) e a outra, da oposição, é do partido do prefeito Ulisses Maia (PDT).

A pré-candidata da base, a vice-governadora Cida Borghetti (PP), aliada de Richa, como deputada estadual, desde o primeiro mandato. Mas se, por um lado, tem como articulador um deputado federal de peso, que preside o partido no Estado e está ministro da Saúde, por outro, tem como adversário dentro do próprio grupo o deputado estadual Ratinho Júnior (PSD).

Até o final de 2017, Ratinho estava secretário estadual. Retornou à Assembleia Legislativa e assumiu a presidência do PSD, para ter mais tempo à campanha pré-eleitoral e força de negociação. O embate entre os dois pré-candidatos governistas tem se acirrado pelas inserções do deputado federal Ricardo Barros, que trabalha para uma definição de Richa. “Cida será candidata em qualquer cenário”, diz Barros.

Já o pré-candidato maringaense da oposição, o ex-senador Osmar Dias, pode ter um viés na caminhada. No momento, tem como aliado o senador Roberto Requião (PMDB). Os dois, segundo declarou o ex-governador, estariam preparando um plano de governo comum. Fato é que o mandato de Requião expira no final do ano e ficar de expectador não faz seu gênero. Um senador e outro governador?

Aí, em tese, haveria um detalhe a se considerar: a pré-candidatura a presidente da República do senador Alvaro Dias (Podemos). Ele tem mais quatro anos de mandato e não precisa ser candidato este ano, mas na última pesquisa do Datafolha, de 31 de janeiro, sem o ex-presidente Lula no páreo, ele aparece bem, com 6% das intenções de voto.

Alvaro diz que não terá um palanque no Paraná

Em um raciocínio tradicional, sua disposição em ser candidato a presidente interferiria nas alianças regionais. Seria de se supor que Alvaro faria o possível para, na disputa à sucessão presidencial, se empenharia em construir um palanque forte no Estado e trabalharia para não contar com o próprio irmão na oposição, mesmo que apenas regional.

Puro engano. O senador foi claro nesta terça-feira (6/5): “Não terei um palanque no Paraná”. Reafirmou sua pré-candidatura a presidente, disse que as condições favoráveis foram ampliadas e entende que o conceito de estrutura partidária eleitoral perdeu espaço. “O que se busca é experiência administrativa, passado e presente limpos e coragem para combater a corrupção. Essas credenciais podemos oferecer”.

Afirmou que está afastado das “conjecturas e tratativas” políticas visando à sucessão estadual, “o que dá liberdade total para o meu irmão”. Alvaro imagina que as coisas mudaram: “Aposto muito na apresentação de alternativas e na renovação do comportamento político e das estratégias eleitorais”.

Cesar Silvestre corre por fora e PT tende a Requião

Correndo por fora na sucessão paranaense, com discurso de oposição, por enquanto moderado e ainda sem sinalizar possíveis alianças, está o jovem prefeito de Guarapuava, Cesar Silvestre Filho (PPS), reeleito no ano retrasado. Já o PT, desgastado com os escândalos expostos pela Operação Lava Jato, sequer fala em candidato próprio.

A tendência do PT, indicada pelo deputado federal Enio Verri, é se aliar a Requião. A opção natural de candidatura própria ao governo seria a senadora Gleisi Hoffmann, que também fica sem mandato a partir de 31 de dezembro, mas está decidido que nem a reeleição ela tentará. Vai concorrer a deputada federal. Ficar sem o foro privilegiado, decididamente, não lhe é uma boa.


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