Vereador e vice-prefeito se agridem verbalmente na Comissão Processante: “Gargamel”, disse Marchese. “Truculento”, rebateu Scabora

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Um bate-boca de cerca de 45 minutos marcou a oitiva mais esperada do dia na Comissão Processante (CP) da Câmara de Maringá, na tarde desta segunda-feira (6): a do vice-prefeito Edson Scabora (PV).

Scabora chegou a ser comparado pelo vereador denunciado, Homero Marchese (PV), ao Gargamel, conhecido personagem do desenho animado The Smurfs.

Marchese, por sua vez, foi chamado de “truculento”, “perseguidor” e “intimidador” pelo vice-prefeito. Os dois são filiados ao Partido Verde, que fez a denúncia de quebra de decoro parlamentar.

Scabora, que declarou ser adversário político de Marchese e ter interesse no processo que pode levar à cassação do vereador, depôs na condição de informante e não de testemunha, como inicialmente previsto.

O vice-prefeito lembrou que durante uma reunião da Executiva do PV, na qual estava presente, “houve uma acalorada discussão” entre Lucas Barbosa e Marchese:

“O vereador chamou o Lucas de mamador da teta do governo, ameaçou tirar o cargo do militante e disse que ele teria que devolver o dinheiro que recebeu (da prefeitura)”, disse Scabora.

“Esse é o problema desse vereador. Ele não consegue discutir ideias e passa a fazer ataques pessoais”, acrescentou o vice-prefeito, que por mais de uma vez disse que Marchese “merece ser cassado”.

Os dois, que estiveram juntos na campanha eleitoral de 2016, se declaram “amargamente arrependidos”, um em relação ao outro.

“Eu ajudei a te eleger”, disse Marchese.

“Eu também te ajudei”, retrucou Scabora.

“Não me deu nenhum voto”, exclamou o vereador, que foi interrompido pelo presidente da CP, Willian Gentil (PTB). “Vamos nos ater à discussão sobre os três itens da denúncia”.

Gentil continuou, se dirigindo ao colega de Câmara: “Com o perdão da palavra, estamos partindo para a ignorância. Se continuar assim eu vou encerrar a sessão”.

A calmaria, no entanto, durou poucos minutos, até que a troca de agressões verbais fosse retomada pelos dois.

Respondendo aos ríspidos questionamentos do vereador Marchese, Scabora disse que “a maneira do vereador fiscalizar eu chamo de perseguição”.

Acrescentou que “o vereador leva dois ou três minutos para postar mentiras e deturpar fatos no Faceboock e a administração leva meses para mostrar a verdade”.

“Quais as mentiras que eu postei?”, indagou Marchese.

“A das filas das creches e a de que as atitudes da secretaria da Fazenda levariam a administração à bancarrota”, respondeu Scabora.

“Pare de mentir você. O senhor está deslumbrado (com a eleição de vice-prefeito) e a cidade inteira sabe disso”, provocou Marchese.

Pouco depois, o vereador perguntou se no dia da sessão da Câmara que acatou a denúncia do PV, o vice-prefeito havia passado recados pelo WhatsApp para os vereadores dizendo “contamos com você”.

Scabora respondeu que não. “E se esses recados aparecerem?”, insistiu o vereador, ao que o vice-prefeito reafirmou: “Não passei”.

No decorrer do bate-boca, Marchese disse que a palavra do vice “não valia nada”. E de volta ouviu de Scabora que “o pedido de cassação deveria ter sido feito antes”.

Quase no final do depoimento, Marchese perguntou se Sacabora saberia dizer quem seria o suplente do PV que assumiria sua vaga na Câmara, caso seja cassado.

O vice-prefeito respondeu que seria o Professor Niero.

“Ele trabalha para o senhor?”, replicou Marchese.

“Sim, para mim, para o Estado e outras escolas”, disse Scabora.


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