A reunião da Comissão Processante (CP) da Câmara de Maringá, que na tarde desta quarta-feira (25) ouviria três testemunhas do processo, foi adiada por recursos do vereador Homero Marchese (PV), denunciado por falta de decoro parlamentar. As oitivas foram agendadas para a próxima sexta-feira (27/10), às 10 horas.
Marchese alegou que não foi intimado dentro do prazo legal e a CP acatou o requerimento, embora tenha intimado o advogado do vereador, Valter Akira Ywazaki. O vereador denunciado também alegou que seu advogado foi impedido de falar na reunião de segunda-feira passada (22) e não assinou a ata da sessão.
“Para evitar alegações de cerceamento de defesa nós acatamos o pedido”, disse o relator da CP, Carlos Mariucci (PT) no final da tarde de quarta-feira (25). Justificando o adiamento, o relator da CP também disse ao Maringá Post que Marchese havia destituído seu advogado de defesa e que por isso a citação de Akira não fora aceita.
Marchese, que só retornou às ligações da reportagem às 23h24 de quarta-feira (25), negou a destituição de Akira.
26 testemunhas, entre elas o prefeito Ulisses Maia
Marchese arrolou 26 testemunhas, já que pesam sobre ele três denúncias: uso de senha clandestina para acessar dados sigilosos sobre as filas de crianças por vagas em creches municipais, uso do cargo para ameaçar e perseguir um servidor público e contratação de um assessor parlamentar condenado judicialmente por instância colegiada.
Segundo o regimento interno da Câmara, para cada item da denúncia – formalizada pela direção do PV, partido no qual Homero é filiado – podem ser arroladas até dez testemunhas. Entre as testemunhas estão o prefeito Ulisses Maia (PDT) e o vice-prefeito Edson Scabora (PV), além dos vereadores Mário Hossokawa (PP), Jean Marques (PV) e Mário Verri (PT).
Também estão no rol de testemunhas a secretária de Educação Valkiria Trindade, o presidente municipal do PV Ederlei Alkamim, o chefe do gabinete do investigado José Carlos Pacífico e o irmão do edil Maurício Marchese, além do servidor que teria sido ameaçado, Lucas Vinícius de Souza Barbosa, entre outros.
O prefeito, pela condição de chefe do Executivo, não precisa necessariamente ser ouvido na Câmara e pode até mesmo apresentar o depoimento por escrito. Diante do grande número de testemunhas e os prazos regimentais a serem cumpridos, a CP decidiu se reunir às segundas, quartas e sextas-feiras – dias que não tem sessão da Câmara.
- Postagem atualizada às 7h45 desta quinta-feira (26/10/2017)
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