As críticas ao projeto de lei proposto por sete vereadores que garantia o pagamento do décimo terceiro salário e o adicional de férias ao prefeito, vice-prefeito e aos próprios edis levaram ao arquivamento da matéria na sexta-feira à noite (29/9) e geraram pronunciamentos na Câmara de Maringá durante a sessão extraordinária de sábado (30/9) de manhã.
O tom dos pronunciamentos foi de uma espécie de auto-elogio ao trabalho e à dedicação dos atuais vereadores, sem, contudo, fazer referências diretas ao projeto de lei que criava mais um salário e assegurava os 33% de adicional de férias aos membros do Legislativo e chefes do Executivo. A matéria foi arquivada pela Mesa, autora da matéria.
A direção da Câmara é composta por Mário Hossokawa (PP), Mário Verri (PT), William Gentil (PTB), Sidnei Telles (PSD), Odair Fogueteiro (PHS) e Belino Bravin (PP). O vereador Alex Chaves ( PHS) também assinou o projeto de lei.
Dedicação aos mandatos e horas-extras
O líder do Executivo na Câmara, Jean Marques (PV), observou que “mais uma vez a Câmara se reúne num sábado, fora de seu horário normal” e lembrou que o trabalho dos vereadores não se resumem às sessões.
“Os projetos de lei são construídos dentro dos gabinetes, dentro das comissões permanentes. Eu costumo sair daqui às vezes à noite e vejo que vários gabinetes estão acesos, e o pessoal trabalhando”, afirmou.
O vereador Odair Fogueteiro lembrou que também em julho não houve recesso, “pelo contrário, trabalhamos mais do que o normal. Por isso posso dizer que estamos realmente nos dedicando ao mandato, atendendo às urgências solicitadas pelo Poder Executivo”.
O vereador Carlos Mariucci também ressaltou a dedicação dos atuais vereadores e que as sessões extraordinárias são apenas mais uma parte do trabalho a que eles se dedicam.
Disse que ele e a maioria dos demais vereadores tinham compromissos particulares ou profissionais para a manhã de sábado e que tiveram que mudá-los para poderem comparecer à sessão.
Mariucci citou que “só com essa dedicação é possível para os 15 vereadores atenderem às demandas de uma cidade com mais de 400 mil habitantes”. Ele citou que cidades bem menores que Maringá têm mais cadeiras no Legislativo: “Toledo, de 133 mil habitantes, tem 19 vereadores”.
O vereador Do Carmo (PR) falou de sua “decepção pelos comentários e xingamentos que tem visto em redes sociais, de pessoas que não acompanham o trabalho dos vereadores, e que acham que estes ganham mais do que merecem”.
Lembrou que todos os vereadores têm uma formação profissional e que acabam deixando sua profissão de lado para se dedicar ao trabalho no Legislativo. “O meu escritório de advocacia, por exemplo, está praticamente abandonado”.
Disse que o salário liquido de um vereador local é R$ 6, 5 mil e que entre as dez maiores cidades do Paraná, os vereadores de Maringá são os que têm menor salário: “Eu, particularmente acho que é pouco, pelo trabalho que eu presto”.
Para Do Carmo, “esse tipo de crítica generalizada contra os políticos só prejudica a própria política”.
O projeto de lei criando o décimo terceiro salário e instituindo o adicional de férias (um terço sobre o salário) entrou, sem prévia divulgação, na pauta da sessão extraordinária de quinta-feira (28/9) da semana passada, mas o regime de urgência foi retirado. e na sexta-feira à noite, foi arquivado.
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