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O Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e o World Mosquito Program (WMP) inauguraram neste sábado (19) a Wolbito do Brasil, a maior biofábrica mundial para a criação do mosquito Aedes aegypti infectado com a bactéria Wolbachia.
A Wolbachia impede a transmissão dos vírus causadores da dengue, zika e chikungunya.
Localizada no Parque Tecnológico da Saúde do Governo do Paraná, em Curitiba, a biofábrica conta com 70 funcionários e tem capacidade para produzir até 100 milhões de ovos de mosquito por semana. A produção atenderá inicialmente o Ministério da Saúde, que definirá os municípios beneficiados com base na incidência das doenças.
O método Wolbachia é testado no Brasil desde 2014, com liberações em bairros do Rio de Janeiro e Niterói. Atualmente, está em uso em seis cidades, incluindo Londrina e Foz do Iguaçu, no Paraná, e outras regiões do país.
Novas liberações estão previstas ainda neste ano em municípios de Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Brasília.
A biofábrica ressalta que os mosquitos não são transgênicos. O método é complementar às ações tradicionais de controle, como a eliminação dos criadouros.
O IBMP foi criado por meio da parceria entre o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, presente na inauguração, o Brasil está na vanguarda mundial dessa tecnologia com a biofábrica instalada no Paraná.
Como funciona o método Wolbachia
A técnica consiste em liberar mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia. Esses mosquitos se reproduzem com a população local do Aedes aegypti, fazendo com que seus descendentes também carreguem a bactéria.
Isso reduz significativamente a capacidade do mosquito de transmitir os vírus da dengue, zika e chikungunya.
A Wolbachia é uma bactéria natural em muitos insetos. Desde 2010, cientistas conseguem infectar o Aedes aegypti com cepas que bloqueiam a multiplicação dos vírus.
Segundo a Fiocruz, para cada real investido no método, o governo pode economizar entre R$ 43,45 e R$ 549,13 em gastos com medicamentos, internações e tratamentos.
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