Pesquisa na UEM tem protagonismo feminino: mais de 50% são lideradas por mulheres

Na UEM, 55% dos projetos de pesquisa são impulsionados por mulheres, entre docentes e alunas.

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    Neste 11 de fevereiro, Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, a Universidade Estadual de Maringá (UEM) comemora seu sexto ano consecutivo no topo do Brasil em produção científica liderada por mulheres. De acordo com a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PPG), 55% dos projetos de pesquisa da UEM envolvem a participação de mulheres, sejam elas docentes ou alunas.

    Esses números celebram a data, que foi estabelecida pela ONU em 2015 com o objetivo de promover a igualdade de gênero na ciência. Os dados da UEM, coletados no Leiden Ranking, também demonstram a crescente relevância da instituição, que tem se destacado desde 2019, quando o Centro de Estudos em Ciência e Tecnologia da Universidade de Leiden introduziu o indicador de gênero na classificação.

    Desafios Globais e Locais para Mulheres na Ciência

    Apesar dos avanços, a presença feminina na ciência ainda enfrenta desafios significativos. De acordo com dados da Unesco, as mulheres representam apenas 33,3% dos pesquisadores em nível global, e apenas 35% dos estudantes em áreas como ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM) são mulheres.

    A UEM, no entanto, continua a se destacar no cenário nacional. Embora o indicador de gênero tenha sido adotado recentemente pelo CWTS, a universidade lidera a comparação entre autorias femininas e masculinas nas pesquisas brasileiras.

    Projetos de Inclusão e Empoderamento Feminino

    A professora Josiane Pinheiro, do Departamento de Informática da UEM, coordena o projeto “Conectadas”, que tem como objetivo incentivar meninas e mulheres a ingressarem nas áreas de tecnologia. Este projeto recebeu o Selo Social 2024, que reconhece ações de impacto social alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Josiane observa que, além da pesquisa, as mulheres enfrentam uma sobrecarga de tarefas domésticas e responsabilidades familiares, o que impacta diretamente no equilíbrio entre vida profissional e pessoal.

    Além disso, a UEM recebeu a certificação por 28 projetos, sendo 20 deles coordenados por mulheres, o que reafirma o protagonismo feminino na universidade.

    Desafios de Reconhecimento e Representatividade

    A professora Claudia Bonecker, do Nupélia, destaca que, embora as mulheres estejam se tornando cada vez mais presentes nos laboratórios, elas ainda enfrentam desafios em relação ao reconhecimento de suas contribuições. Claudia, que já foi a única mulher em mesas-redondas e discussões acadêmicas, enfatiza a necessidade de abrir mais espaços para as mulheres e ampliar sua representatividade em eventos e comissões importantes.

    A Participação Feminina nas Áreas de Engenharia

    A acadêmica Emilly Ohana, do curso de Engenharia de Produção, afirma que, embora em seu curso a presença feminina seja significativa, em outros cursos da área de engenharia a realidade ainda é bem diferente. Emilly, orientada por duas professoras, Ana Paula Larrosa e Keila de Souza Silva, ambas pesquisadoras no Departamento de Engenharia de Alimentos, observa que mulheres na engenharia também estão crescendo em número e protagonismo.

    Keila, que também é assessora de Inovação da UEM, compartilha sua experiência de ser mãe e pesquisadora, destacando o desafio de equilibrar as responsabilidades familiares e profissionais, um aspecto que, frequentemente, não é questionado dos homens.

    Mulheres na Pesquisa: A Realidade na UEM

    Na UEM, 828 docentes mulheres estão envolvidas em projetos de pesquisa, com 447 alunas, em comparação com 756 docentes homens e 258 alunos homens. A universidade também produziu programas especiais para celebrar o Dia das Mulheres e Meninas na Ciência, incluindo entrevistas com pesquisadoras disponíveis no Spotify e um episódio dedicado ao tema na UEM TV.

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