MARINGÁ – Paratletas da UEM aparecem no ranking brasileiro de atletismo

A parceria entre Universidade Estadual de Maringá (UEM), por meio do Coordenadoria de Desportos e Recreação (CDR), e o Instituto Terezinha Guilhermina, ligado à Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, tem colecionado bons resultados por onde passa. Dos 27 atletas que participam dos treinos, 15 ocupam posições de destaque nos rankings do Brasil e do mundo na modalidade.

A equipe local ficou em primeiro lugar na seletiva feminina dos Jogos Brasileiros Universitários (Jubs), realizada em junho, em Brasília. No masculino, com apenas um representante, também conquistou ótimos resultados. Ao todo, foram sete medalhas, além dos recordes quebrados.

O diretor adjunto da CDR, Adolpho Cardoso Amorim, disse que os atletas carregam o nome da UEM com orgulho. “Eles participam de competições de altíssimo nível e conquistam ótimos resultados. Além disso, frequentam a universidade pública, o que é um diferencial e motivo de muito orgulho para nós”, afirmou.

Uma das representantes é Ana Carolina Batista de Souza, de apenas 18 anos, que compete nos 100, 200 e 400 metros. Ela é detentora do melhor tempo dos 400 metros na classe T37 e recebeu o prêmio de Atleta Destaque do Jubs em 2024. “Estou muito satisfeita por representar a faculdade que me apoia e me dá incentivo total. Pretendo continuar até 2028 para representar o Brasil nas Paralimpíadas. Estou no caminho.” 

A estudante do segundo ano de Educação Física divide a rotina entre os estudos e os treinos diários, além de sessões de fisioterapia. Segundo ela, a ideia é manter uma boa condição física para chegar ao Brasileiro Sub-20 e Brasileiro Adulto, além de competições maiores, como os Jogos Para-panamericanos e Paralímpicos.

Amanda Mossmann é atleta do arremesso de disco, dardo e peso e também estudante do segundo ano de Educação Física. Ela percorre 57 km todos os dias para vir até a UEM, pois mora em Engenheiro Beltrão. Para diminuir as viagens, ela treina duas ou três vezes por semana em Maringá e, nos outros dias, em casa, com os próprios aparelhos.

A atleta conta que conheceu o esporte nos Jogos Escolares e que sempre tenta superar a si mesma. “Eu sempre melhoro meus resultados no Jubs, o que me deixa muito feliz, porque me motiva a treinar mais ainda para alcançar o meu objetivo pessoal, que é tentar ir para um mundial e para uma Paralimpíada”, assegura Mossmann. Agora, ela se prepara para a próxima competição, os Jogos Universitários do Paraná (Jups), de 21 a 27 de julho, em Campo Mourão. 

O único representante masculino do atletismo da UEM no Jubs seletiva foi o estudante de Educação Física do quarto ano, Luiz Fernando de Carvalho Villa, conhecido como “Bilão”. Com 26 anos e apenas um ano de treinamento, ele já se destaca no esporte e está se especializando na modalidade Petra, para atletas com desequilíbrio. “Eu fui atleta de handebol por oito anos e, depois do meu acidente, descobri o atletismo. Eu levo os treinos muito a sério e sempre tento melhorar, para conquistar grandes coisas, pois minha história é de superação”, conta.

Neste ano, Villa alcançou resultados inéditos e expandiu a rede de amizades no atletismo. Segundo ele, os atletas se motivam entre si, rompendo a barreira de visibilidade que o paradesporto ainda enfrenta. “Eu tenho o objetivo de conseguir ir para o Mundial e para as Paralimpíadas com a Petra. Tenho três anos para chegar lá, porque eu consigo, não é impossível, eu vou conseguir.” 

Para o técnico Augusto Siqueira de Oliveira, responsável pela preparação dos atletas, eles têm boas chances para as próximas duas Paralimpíadas. “Nós vemos muito futuro para eles e temos muita esperança de estar em grandes competições, pois eles já estão no radar, as meninas, inclusive, já treinaram com a seleção brasileira sub-20. E o Luiz, por estar há um ano só no atletismo, já está bem encaminhado também.”

Além dos Jups, as próximas competições estão programadas para outubro e dezembro. Os treinamentos acontecem no Estádio Regional Willie Davis e são abertos à comunidade interna e externa, para pessoas acima de 17 anos, com deficiência física, visual ou intelectual. Quem tiver interesse, pode entrar em contato com o CDR, pelo telefone (44) 3011-4314. Confira, também, o vídeo produzido com os atletas no instagram @oficialuem

Sucesso paralímpico

atletismo é a modalidade em que o Brasil mais conquistou medalhas na história dos Jogos Paralímpicos. Ao todo, foram 170 – 48 de ouro, 70 de prata e 52 de bronze. A modalidade é administrada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e pela World Para Athletics (WPA), entidade que atua como braço do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, em inglês). O paratletismo pode ser praticado por atletas com deficiência física, visual ou intelectual, em provas de corrida, saltos, lançamentos e arremessos, tanto no feminino quanto no masculino.

frame running, conhecido no Brasil como Petra, entrou recentemente nos Jogos Paralímpicos. É mais uma opção para atletas com paralisia cerebral ou desequilíbrio, que correm em seus próprios pés apoiados em um suporte. O nome Petra é uma homenagem ao mascote das Paralimpíadas de Barcelona de 1992, que demonstrou boa na modalidade.

A próxima edição dos Jogos Parapan-Americanos será em Barranquilla, na Colômbia, em 2027. Já os Jogos Paralímpicos serão em 2028, em Los Angeles, nos Estados Unidos.

CRPB Maringá

O Centro de Referência Paralímpico Brasileiro (CRPB) de Maringá é um projeto desenvolvido na UEM que oferece sete modalidades esportivas paralímpicas para crianças e adolescentes com deficiências físicas, visuais e intelectuais, residentes em Maringá e na região. São elas: atletismo, bocha, basquete em cadeira de rodas, parabadminton, natação, tênis de mesa e paratekwondo. 

As inscrições para as modalidades ofertadas no ano de 2025 estão abertas e podem ser feitas por meio deste formulário eletrônico. Para acompanhar as atividades e eventos do projeto, acesse o Instagram @crpb.maringa

(Mônica Chagas/Comunicação UEM)

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