Aos 22 anos, o remador carioca Lucas Verthein, do Botafogo, não vê a hora de estrear na Olimpíada de Tóquio (Japão). A 60 dias da abertura de Tóquio 2020, a Agência Brasil começa a veicular a série Rumo aos Jogos, que reúne reportagens e entrevistas com os atletas classificados para os Jogos Olímpicos. Conheça agora a história de Verthein, em entrevista concedida por ele ao programa Stadium, da TV Brasil, veiculada no início de março, poucos dias após ele assegurar a vaga olímpica na disputa single skiff (esquife individual), durante o Pré-Olímpico das Américas, realizado na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro.
Stadium: Boa noite, Lucas. Você garantiu a vaga esse mês, há pouco mais de 10 dias. Já caiu a sua ficha? Como está esse sentimento de agora ser um atleta olímpico?
Lucas Verthein: A ficha ainda não caiu, parece que foi ontem. Na verdade, parece que foi tudo um sonho. Eu fico muito feliz de poder representar o brasil nas olimpíadas de Tóquio, especialmente sendo minha primeira olimpíada.
Stadium: Como foi esse torneio?
Verthein: Foi um torneio um pouco diferente dos demais. Nós ficamos em uma bolha, no hotel, e só podíamos sair para treinar. Então foi um evento que a gente tinha que ter muita cabeça para lidar e ter um resultado positivo.
Stadium: A partir de agora, como você vai trabalhar sua cabeça e seu físico, para as olimpíadas, sabendo que você já vai estar lá?
Verthein: Agora eu tenho que ter muita disciplina, e ciência, pare entender que tudo pode acontecer. Como atleta de alto nível, assim como muitos outros pelo brasil, sei que o atleta brasileiro tem que lidar com a diversidade e eu sempre tentei lidar muito bem com isso. To preparado para qualquer coisa e vou sempre dar o meu melhor, assim como foi.
Stadium: Até as olimpíadas, tem competição ou é só treinamento? Quais expectativas e planejamento, seu e do seu técnico?
Verthein: Até o momento nós temos duas etapas da regata, que se chama a copa do mundo de remo. São geralmente três etapas por ano, mas poderemos participar de duas etapas, uma na Suíça e outra na Itália, que servirá como preparação para as olimpíadas e será importante para pegar o ritmo da competição.
Stadium: E logo depois desse torneio que você garantiu a vaga teve também o Sul-Americano, no Rio de Janeiro, que você ganhou medalhas. Você também foi campeão Sul-Americano?
Verthein: Sim, logo após a qualificação olímpica nós tivemos aqui na Lagoa Rodrigo de Freitas o campeonato sul-americano. Foi muito legal depois de um ano estar competindo com outros países. E também estar no barco com outras pessoas, com meus colegas de seleção, foi muito especial estar de volta às competições.
Stadium: Você disse que foi pesquisar e o símbolo do seu barco é uma classificação inédita para o Brasil na primeira competição.
Verthein: Verdade, eu fico muito feliz em saber que após tanto tempo o Brasil consegue mostrar que nós podemos virar uma potência nesse esporte e, consequentemente, trazer mais praticantes para conhecerem não apenas o nível elite, mas também no nível lazer que é um esporte que não tem outro igual.
Stadium: Você pratica remo há oito anos com o mesmo técnico, né?
Verthein: Sim, desde que eu comecei no Botafogo, no final de 2012, tenho o Paulo Vinicius, o Paulinho, como meu treinador. Ele é um técnico muito diferenciado, não tem outro igual no planeta.
Stadium: Sobre a pandemia, a ajuda que o Paulo vai poder te dar, é com relação ao lado psicológico?
Verthein: Sim. Além de ser um baita treinador, ele é um ótimo psicólogo, nossa relação é muita boa. Ele sempre me ensinou a lidar com as adversidades e estar preparado para qualquer coisa.
Stadium: Já sonhou com Tóquio?
Verthein: Sonho todos os dias.
Stadium: E como é esse sonho?
Verthein: Sonho que estou em uma competição como nenhuma outra que já estive. Mesmo com pouca idade, eu adquiri bastante experiência. Vai ser algo único estar nessa olimpíada.
Stadium: O que o esporte te deu, além de vitórias e dessa classificação?
Verthein: O remo me ensinou a ser não só um bom atleta para competir com o outros, mas superar meus próprios desafios. E também a ser um bom ser humano. É o que você faz do clube para fora, e não só ali dentro do esporte.
(Agência Brasil)
Os comentários estão fechados, mas trackbacks E pingbacks estão abertos.