A pouco mais de 100 dias para o início da Olimpíada de Tóquio, marcada para 23 de julho, Robert Scheidt segue trabalhando para lutar pela sexta medalha nos Jogos em sua sétima participação (recorde entre os atletas brasileiros). Na sexta-feira (19), o velejador brasileiro conquistou o título da ILCA Coach Regatta Lanzarote, na Marina Rubicón, em Playa Blanca, no litoral do arquipélago das Ilhas Canárias, na Espanha. A vitória do bicampeão olímpico de 47 anos na classe Laser veio após oito regatas, nas quais esteve sempre entre os top 10 e conquistou duas vitórias.
“Foram quatro dias e oito regatas. Apesar de ser uma competição organizada pelos treinadores e, portanto, não oficial, foi muito boa, reunindo alguns dos principais velejadores da Europa. Também tivemos todas as condições nesses quatro dias de disputa, com vento fraco e vento forte. E nesse momento tão difícil que estamos passando, ter a possibilidade de fazer esporte com segurança e velejar ao lado dos melhores é um privilégio. Estou satisfeito com a minha performance. Fui melhorando a cada dia e no último tive a chance de vencer. Velejei bem e consegui. Porém, o título não é o mais importante. O principal é que estou conseguindo elevar o meu nível mais uma vez”, afirmou o bicampeão e maior medalhista olímpico do Brasil, com cinco pódios, patrocinado pelo Banco do Brasil e Rolex e que conta com o apoio do COB e CBVela.
Scheidt conquistou o título da ILCA Coach Regatta Lanzarote com 21 pontos perdidos. O resultado veio com a tradicional regularidade do brasileiro, que completou seis das oito regatas entre os cinco primeiros. Seu pior resultado foi um décimo lugar, que entrou como seu descarte. O vice-campeonato ficou com o sueco Jesper Stalheim, com 30 pontos perdidos, seguido pelo britânico Elliot Hanson, terceiro colocado com 39 pp. O francês Jean Baptist Bernaz, companheiro de treinos de Robert e um dos principais velejadores da atualidade, terminou a competição em oitavo lugar, com 65 pp. No total, o campeonato reuniu 28 barcos.
O título comprova a evolução da velejada de Robert Scheidt e não foi seu primeiro pódio em 2021 nas Ilhas Canárias. Na primeira competição do ano da Olimpíada de Tóquio, conquistou o vice-campeonato no Lanzarote Winter Series. Um mês antes, em dezembro do ano passado, em Vilamoura, ele havia sido o terceiro colocado na classe Laser do 3rd Portugal Grand Prix – round 1.
Recorde olímpico – Com vaga garantida na classe Laser para os Jogos do Japão, Robert Scheidt está prestes a disputar o maior evento esportivo do planeta pela sétima vez, um recorde entre os atletas brasileiros.
Scheidt retornou à classe Laser em 2019, após quase três anos ausente, desde os Jogos do Rio/2016, onde terminou na quarta colocação, mesmo vencendo a medal race. Nesse período de readaptação às novas técnicas e nova mastreação, cumpriu seu objetivo principal, que foi o índice para Tóquio, com o 12° lugar no Campeonato Mundial da Classe Laser 2019, em Sakaiminato, no Japão. Ele confirmou a vaga no Mundial da Austrália, em fevereiro de 2020, quando chegou à flotilha ouro e foi o melhor brasileiro na disputa.
Maior atleta olímpico brasileiro – Eleito, em março de 2020, o maior atleta olímpico do Brasil, em votação coordenada pela Rede Globo com os maiores medalhistas olímpicos do País. Na comemoração dos 100 anos de história do Brasil nos Jogos Olímpicos, no início de agosto deste ano, ficou em segundo lugar em votação de 100 jornalistas, atrás apenas de Adhemar Ferreira da Silva e à frente de Joaquim Cruz, seus ídolos que muito o inspiram.
Cinco medalhas:
Ouro : Atlanta/96 e Atenas/2004 (ambas na Classe Laser)
Prata : Sidney/2000 (Laser) e Pequim/2008 (Star)
Bronze : Londres/2012 (Star)
181 títulos – 89 internacionais e 92 nacionais
Laser
– Onze títulos mundiais – 1991 (juvenil), 1995, 1996, 1997, 2000, 2001, 2002*, 2004 e 2005 e 2013
*Em 2002, foram realizados, separadamente, o Mundial de Vela da Isaf e o Mundial de Laser, ambos vencidos por Robert Scheidt
– Três medalhas olímpicas – ouro em Atlanta/1996 e Atenas/2004, prata em Sydney/2000
– Na Olimpíada Rio 2016, terminou em quando lugar, vencendo a medal race, televisionada para o mundo todo.
Star
– Três títulos mundiais – 2007, 2011 e 2012*
*Além de Scheidt e Bruno Prada, só os italianos Agostino Straulino e Nicolo Rode venceram três mundiais velejando juntos, na história da classe
– Duas medalhas olímpicas – prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012
– Integrante fundador da Star Sailors League, um circuito global de competições em franca ascensão, como uma ATP da vela, com ampla cobertura midiática. Scheidt foi o campeão da primeira edição, em 2013, ao lado de Bruno Prada, e vice-campeão em 2017 e 2018, com Henry Boenning.
(Assessoria)
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