Durante o Brasileirão Assaí 2020, o site da CBF vai relembrar a trajetória de alguns jogadores que fizeram história nos clubes pelo país. Esses ídolos serão denominados os Embaixadores do Confronto e terão suas passagens pelas equipes relembradas.
A carreira de Washington Stecanela Cerqueira foi marcada por gols e superação. Dentro de campo, ele fez seu nome em grandes clubes brasileiros, especialmente no Athletico Paranaense e no Fluminense. Fora dele, enfrentou um problema no coração que quase o fez parar de jogar. Por isso e pela garra, ganhou o apelido de “Coração Valente”, como é lembrado até hoje. Neste sábado (22), a torcida do atacante estará dividida, já que Furacão e Tricolor se enfrentam às 16h na Arena da Baixada, em Curitiba (PR).
A trajetória do jogador encontrou primeiro o Athletico, mas no momento mais difícil de sua vida. Antes de chegar a Curitiba, Washington havia começado em Brasília, passando por clubes do Sul em seguida. O destaque veio na Ponte Preta, onde foi artilheiro do Paulista e da Copa do Brasil em 2001. De lá, foi transferido para o Fenerbahçe, da Turquia, no ano seguinte.
Foi no clube turco que ele descobriu uma doença que fez suas artérias do coração ficarem entupidas. Aquele momento quase significou o fim de sua carreira logo em seu primeiro ano fora do país. Sem opções, ele retornou ao Brasil e foi cuidar da saúde no Paraná. Durante o processo de recuperação, que durou seis meses, ele recorreu ao Athletico-PR e recebeu uma chance. Foi o que precisava para dar tudo de si em busca do retorno.
O trabalho duro e a confiança do Furacão foram retribuídos dentro de campo. A partida de retorno após uma longa reabilitação foi justamente contra o Paraná, clube em que já havia jogado, e o faro de gol não tinha mudado. Aos 7 minutos do segundo tempo, abriu o placar na vitória rubro-negra por 3 a 0. Pelo Rubro-negro, foram 34 gols no Campeonato Brasileiro de 2004, recorde na era de pontos corridos, e a vice-colocação, atrás apenas do campeão Santos. O desempenho rendeu a Bola de Prata da revista Placar como melhor atacante, a artilharia e a Chuteira de Ouro como goleador do ano.
Coração valente, guerreiro tricolor…
O caminho no Fluminense teve duas etapas. A primeira delas foi em 2008, quando chegou para atuar com grandes jogadores como Conca e Thiago Neves. Marcando muitos gols e fazendo parte de momentos históricos, ele logo chegou ao posto de ídolo. O grande objetivo de conquistar a Libertadores bateu na trave, já que o Tricolor carioca acabou derrotado nos pênaltis pela LDU no Maracanã. Durante a campanha, no entanto, o Coração Valente fez um dos gols mais icônicos da história do Flu.
Nas quartas de final, contra o São Paulo, o Fluminense estava sendo eliminado em pleno Maracanã. Aos 48 do segundo tempo, na última chance da partida, Thiago Neves cruzou e Washington apareceu para testar para o fundo da rede de Rogério Ceni. A bola beijou o barbante e desafogou os corações de quase 80 mil tricolores no Maraca.
Em 2009, o Coração Valente foi para o São Paulo, marcando 17 gols e ficando entre os artilheiros do Brasileirão daquele ano. Porém, o retorno ao Flu não demorou e foi em grande estilo. Revezando posição com Fred, ele marcou oito gols e ajudou o Fluminense a conquistar o título do Campeonato Brasileiro de 2010, levantando uma das taças mais importantes de sua caminhada. Logo depois, em janeiro de 2011, escolheu se aposentar e encerrar sua carreira de sucesso.
O caminho no futebol pode ter acabado, mas o carinho pelos clubes não. Neste sábado (22), às 16h, os dois times que marcaram a trajetória do Coração Valente se enfrentam pela 5ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2020. Na Arena da Baixada, em Curitiba (PR), Athletico Paranaense e Fluminense duelam buscando a vitória neste início de competição e contarão com um ilustre torcedor fora de campo.
(CBF)
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