A história de Tuane Martins no futebol começa como a de muitas meninas. Jogando na rua com meninos, o sonho era um dia fazer da brincadeira uma profissão. Aos 16 anos, ela dá os primeiros passos na modalidade. Atualmente atleta do Flamengo Sub-18, a atacante vibra pela primeira convocação para a Seleção Brasileira Feminina Sub-17.
A primeira oportunidade atuando com meninas foi na Taça das Favelas 2019, no Rio de Janeiro. Defendendo a equipe de Acari, Tuane chamou atenção com sua atuação como centroavante. Após a partida, foi convidada para fazer um teste no time rubro-negro.
“Minha primeira atuação só com meninas foi na Taça das Favelas. Me desenvolvi muito na competição e o treinador do Flamengo estava lá me olhando, mas eu não sabia. No fim do jogo ele veio falar comigo perguntando se eu gostaria de jogar pelo time. Quando eu estava em casa me avisaram que eu estava dentro. Chorei muito, pois era tudo que minha avó queria. Infelizmente ela não está mais aqui”, contou.
A lembrança da avó, que faleceu há quase três anos, ao falar da oportunidade de atuar no Rubro-Negro não foi à toa. Com o apoio dela, Tuane começou a jogar e comprou até uma chuteira.
“Minha avó era como se fosse a minha mãe, sempre cuidou de mim desde que eu era muito nova. Ela sempre me incentivou e chegou a vender um bujão de gás para comprar uma chuteira. Ela faleceu e não conseguiu ver esse momento acontecer”, disse a atacante.
Agora na Seleção Brasileira, Tuane mostra toda felicidade e gratidão pelo momento que vive. Há pouco mais de cinco meses sem treinar em campo, por conta da pandemia de Covid-19, a jogadora celebrou o primeiro convite da técnica Simone Jatobá. A equipe se prepara para o Campeonato Sul-Americano Feminino Sub-17, previsto para novembro, no Uruguai.
“Foi demais, chorei muito quando recebi a notícia. É meu sonho estar aqui. A convivência está sendo ótima, as meninas são incríveis e me adaptei muito rápido com elas. A comissão técnica já estava me observando no ano passado, mas algumas lesões acabaram adiando essa primeira convocação”, completou.
A convocação da Seleção Feminina Sub-17 respeita um rigoroso protocolo médico. Para receber a delegação, a Granja Comary passou por significativas mudanças na estrutura e na rotina dos funcionários. Além do uso obrigatório de máscara e álcool em gel, diariamente, todos responderão um inquérito epidemiológico para avaliação da saúde. O Centro de Treinamento também passará por sanitização duas vezes na semana.
(Foto: Laura Zago/CBF)
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