Mais de quatro mil atletas da nova geração se reuniram em Aracaju, em setembro de 2022, e dois deles chamaram a atenção do Comitê Olímpico do Brasil (COB) por seus desempenhos. Bianca Reis, do judô, e José Olímpio foram escolhidos os melhores atletas dos Jogos da Juventude e receberão seus troféus no Prêmio Brasil Olímpico. A cerimônia acontecerá na próxima quinta-feira, dia 2, na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro.
“Um dos principais objetivos do COB com os Jogos da Juventude é contribuir para a detecção de atletas para o esporte de rendimento. Por isso, ficamos muito satisfeitos em poder premiar a Bianca Reis e o José Olímpio pelo excelente desempenho que tiveram em Aracaju. São atletas com grande potencial e que já fazem parte do nosso radar de observação”, afirmou o diretor de Desenvolvimento e Ciências do Esporte do COB, Kenji Saito.
Um dos nomes mais promissores do judô brasileiro, Bianca Reis já chegou aos Jogos da Juventude credenciada como favorita, graças à conquista da medalha de prata na categoria até 57kg no Campeonato Mundial Sub-18, em Sarajevo, na Bósnia, em agosto. Representando o Distrito Federal, a judoca de 17 anos confirmou os prognósticos e, sob os olhares da campeã olímpica e treinadora da seleção brasileira adulta de judô, Sarah Menezes, subiu pela segunda vez ao degrau mais alto do pódio nos Jogos da Juventude.
O vice mundial e o título dos Jogos da Juventude coroaram o ano da jovem de 17 anos, que treina na Academia Corpo Arte de Cultura Física, com o sensei Oswaldo Navarro. Em 2022, ela ainda conquistou o ouro nos Jogos Sul-americanos da Juventude de Rosário, a prata na Copa Sub-21 de Paks (Hungria), os títulos pan-americanos Sub-18 e Sub-21, e o quinto lugar no Mundial Sub-21.
“Receber o Prêmio Brasil Olímpico significa reconhecimento. Não só pelo resultado das competições, mas por todo o trabalho por trás das medalhas. Significa que as incontáveis horas no tatame e na academia valeram a pena. Tanto que me proporcionaram vitórias e agora esse prêmio de destaque. 2022 foi até agora o melhor ano que eu tive na minha carreira. Consegui resultados em competições que antes tinha perdido e em outras que nem tinha participado ainda. Também foi bastante desafiador, porque conciliar treino e estudo não é fácil. Acho também que com esse reconhecimento nós atletas nos sentimos motivados a continuar sonhando alto e correndo atrás de novas vitórias. Nós damos a vida pelo esporte que amamos, ser valorizado por isso é tudo que a gente quer”, celebrou a judoca Bianca Reis.
Representando o estado do Rio Grande do Sul, José Olímpio dominou as disputas da ginástica artística, que pela primeira vez fez parte do programa dos Jogos da Juventude. Sentindo-se em casa e com a família no ginásio, o atleta nascido em Carmópolis, cidade próxima a Aracaju, conquistou seis ouros nas seis provas que participou (individual geral, argolas, barra fixa, paralelas, salto e por equipes). O ginasta começou a carreira em um projeto em Carmópolis e depois passou para o Centro de Treinamento Arthur Zanetti, em São Caetano do Sul (SP). De lá, foi chamado para o Grêmio Náutico União, em Porto Alegre, clube que defende há três anos.
“Esse prêmio que os Jogos da Juventude me proporcionaram está sendo uma das minhas maiores experiências. 2022 foi um ano muito difícil para mim dentro do esporte, porque tive que fazer uma cirurgia no joelho e voltar aos treinos muito rápido para não perder as competições. Esse prêmio é um incentivo enorme para eu não desistir dos meus sonhos. Os meus resultados nos Jogos da Juventude foram muito importantes para minha carreira, porque foram apenas uns de muitos que virão pela frente”, projetou José Olímpio, que tem no ginasta Caio Souza uma referência.
Os Jogos da Juventude são organizados pelo COB e reúnem os melhores atletas do Brasil de até 17 anos de idade, oriundos de escolas públicas e privadas de todas as regiões do país, na disputa de 16 modalidades esportivas. Ao todo, a competição envolve anualmente na etapa nacional mais de 4.000 competidores e mais de 6.000 pessoas envolvidas diretamente, entre Comitê Organizador, dirigentes, árbitros, treinadores, médicos, jornalistas, voluntários e, claro, os próprios atletas. As próximas duas sedes já estão definidas. Em 2023, o evento acontecerá em Ribeirão Preto (SP) e em 2024 será em Blumenau (SC).
PBO 2022
Ana Marcela Cunha (águas abertas), Rayssa Leal (skate) e Rebeca Andrade (ginástica artística) no feminino, e Alison dos Santos (atletismo), Filipe Toledo (surfe) e Isaquias Queiroz (canoagem velocidade) no masculino concorrem ao Atleta do Ano. O processo para a escolha dos indicados a Melhor Atleta do Ano e dos melhores das modalidades foi realizada por um colégio eleitoral formado por jornalistas, dirigentes, a Comissão de Atletas do COB, patrocinadores, ex-atletas e personalidades do esporte.
O público também poderá participar da escolha dos seus atletas favoritos no ano. Já estão abertas as votações populares para o Atleta da Torcida e o Prêmio Inspire. Os perfis de todos os concorrentes estão no site https://pbo.cob.org.br, onde o internauta poderá deixar o seu voto. Cada pessoa pode votar uma vez por dia e a votação fica aberta até momentos antes do final da cerimônia de gala do esporte brasileiro.
José Roberto Guimarães, comandante da seleção feminina de vôlei, finalista do Mundial e da Liga das Nações, e Felipe Siqueira, mentor de Alison dos Santos, o Piu, campeão mundial e da Diamond League, foram escolhidos os melhores treinadores do ano de 2022.
Maior premiação do esporte brasileiro, o Prêmio Brasil Olímpico chega à 23ª edição para celebrar os atletas que brilharam em 2022. A solenidade também prestará um tributo a um grande ícone do esporte nacional com a entrega do Troféu Adhemar Ferreira da Silva, que tem como objetivo homenagear atletas e ex-atletas que representem os valores que marcaram a carreira e a vida do bicampeão olímpico no salto triplo.
(Texto: COB. Foto: Alexandre Loureiro/COB)