A paulista Marina Dias conquistou, na quarta-feira (22), a medalha de bronze na etapa de Innsbruck (Áustria) da Copa do Mundo de paraescalada. Foi a segunda vez que a brasileira de 39 anos foi ao pódio no circuito mundial da modalidade. Quando estreou em competições internacionais, em maio, ela conquistou o ouro em Salt Lake City (Estados Unidos).
Marina compete na classe RP3, a de menor comprometimento entre as voltadas a atletas com deficiências que impactam alcance e força. A paulista de Taubaté (SP) convive há 13 anos com a esclerose múltipla, que afeta o lado esquerdo do corpo.
Em Innsbruck, ela ficou atrás da britânica Leanora Volpe (ouro), atual vice-campeã mundial, e da alemã Rosalie Schaupert (prata), que havia ficado na terceira colocação em Salt Lake City. A final reuniu quatro das 14 escaladoras que disputaram a categoria.
A paraescalada também é praticada por atletas com limitações nos membros inferiores (AL) e superiores (AU) e deficiência visual (B). As classes possuem subcategorias, nas quais os escaladores são distribuídos, conforme o grau do comprometimento.
Marina concilia os treinos com a carreira de professora no Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), na vizinha São José dos Campos (SP). A paulista foi a primeira brasileira a disputar um evento internacional na paraescalada.
Para competir em Salt Lake City e Innsbruck, ela custeou as viagens com auxílio de uma bolsa da prefeitura de Taubaté, de apoio ao esporte amador, além de recursos próprios. Antes da ida à Áustria, a brasileira fez uma vaquinha on-line para ajudar a arrecadar fundos. As inscrições foram bancadas pela Associação Brasileira de Escalada Esportiva (ABEE).
A paraescalada não está na Paralimpíada, mas pode integrar o maior evento do paradesporto mundial a partir dos Jogos de 2028, em Los Angeles (Estados Unidos). Em entrevista à Agência Brasil, em fevereiro, o presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, sigla em inglês), Andrew Parsons, destacou o sucesso de modalidades como surfe, skate e da própria escalada na Olimpíada de Tóquio (Japão).
(Texto: Lincoln Chaves/Agência Brasil. Foto: Divulgação/IFSC)
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