No ano da estreia olímpica do surfe, o Brasil vive grande fase na modalidade. Na segunda-feira (10), o país marcou presença em dose dupla no topo do pódio na etapa de Margaret River (Austrália), a quarta do circuito mundial, com as vitórias de Filipe Toledo e Tatiana Weston-Webb.
Toledo decidiu a etapa masculina contra o sul-africano Jordy Smith. O rival começou melhor, com uma nota oito na segunda onda e um seis na quarta. A estratégia do brasileiro foi esperar as ondas maiores. Valeu a pena. Primeiro, cravou um 8.33, que o colocou à frente na disputa. Depois, obteve um nove. Ele melhoraria a pontuação na oitava onda, trocando o 8.33 por um 8.40, enquanto Smith só conseguiu evoluir de seis para 6.23. No fim, o paulista acumulou 17.40, ante 14.23 do concorrente.
“O evento foi difícil, mas bem divertido surfar tantas baterias boas com tantos surfistas bons. Prometi para minha esposa e para o meu filho, Koa, que venceria para levar esse troféu para ele de aniversário, que está comemorando hoje [segunda-feira]. O mais importante é ser consistente nos eventos. Não é sempre que se ganha, mas é importante estar sempre chegando nas finais, ou semifinais, para me manter entre os top-5”, disse Toledo, após a final, à comunicação da Liga Mundial de Surfe (WSL, sigla em inglês).
Foi a oitava vitória do brasileiro em disputas do circuito mundial. O resultado o levou para o terceiro lugar da temporada, com 20.735 pontos, sendo dez mil obtidos em Margaret River. Ele só fica atrás de outros dois compatriotas: Gabriel Medina, que lidera com 28.920 pontos; e Ítalo Ferreira, atual campeão, segundo com 24.150. Os dois últimos são os representantes do país na Olimpíada de Tóquio (Japão) e haviam vencido as duas etapas anteriores, também realizadas na Austrália.
Tati, por sua vez, decidiu o título feminino contra a australiana Stephanie Gilmore, heptacampeã mundial. Na segunda onda, a gaúcha conseguiu a nota mais alta da final, um 8.50. Na quarta, a brasileira evoluiu a segunda melhor nota de cinco para 7.73, pressionando a rival – então com um 6.83 e um seis – a cravar, pelo menos, um 9.40 para virar. Gilmore foi bem, mas o 8.17 da última onda foi insuficiente. Com 16.23 a 15 no acumulado, a surfista do Brasil conquistou o segundo título da carreira em uma etapa do circuito.
“Eu nem consigo explicar essa sensação incrível que estou sentindo. A Steph é uma das melhores surfistas de todos os tempos, que sempre admirei muito, então foi incrível enfrentá-la em uma final. Você não costuma surfar contra uma surfista sete vezes campeã mundial e estou muito grata por ter vencido”, celebrou Tati à WSL.
A gaúcha, que será uma das brasileiras em Tóquio (a outra é Silvana Lima), assumiu a vice-liderança da temporada feminina, com 26.495 pontos, 3.475 atrás da norte-americana Carissa Moore (que compete pelo Havaí). Superada por Tati na final em Margaret River, Gilmore é a terceira, com 22.035 pontos.
A edição 2021 do circuito mundial prossegue no próximo sábado (16), em Rottnest Island, novamente na Austrália.
(Texto: Lincoln Chaves/Agência Brasil. Foto: WSL)
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