Apesar de sofrer a primeira derrota no Campeonato Mundial de Handebol Masculino, disputado no Egito, o Brasil está classificado à segunda fase da competição. Nesta terça-feira (19), a seleção nacional perdeu por 33 a 23 para a Polônia, na última rodada da primeira fase, mas se beneficiou da derrota da Tunísia para a Espanha por 36 a 30 e assegurou a terceira e última vaga do Grupo B. O selecionado tem dois maringaenses, o armador central Henrique Teixeira e o técnico Leonardo Bortolini.
Com os resultados, a chave terminou com os espanhóis na liderança. Os atuais campeões europeus somaram cinco pontos, com duas vitórias (cada uma vale dois pontos) e um empate (com o Brasil, na estreia). Os poloneses ficaram em segundo, com quatro pontos (duas vitórias e uma derrota). Na terceira posição, apareceram os brasileiros, com dois pontos (empates com Espanha e Tunísia, e uma derrota). Os tunisianos, com um ponto (um empate) apenas estão fora da briga pelo título do Mundial.
O primeiro tempo foi tão equilibrado que o primeiro gol, marcado pelos poloneses, saiu somente após quatro minutos de jogo. O Brasil, por sua vez, ainda precisou de mais dois minutos para balançar as redes. Entre os primeiros 15 e os 20 minutos, a seleção brasileira cresceu e chegou a virar o marcador em arremesso do ponta Gustavo Rodrigues. Na defesa, o goleiro Rangel da Rosa fez boas defesas. Mesmo assim, os europeus retomaram a dianteira no placar e foram para o intervalo vencendo por 13 a 11.
Já na etapa final, a Polônia dominou completamente as ações em quadra. Eficiente no ataque, segura na marcação e e com boas defesas do goleiro, os europeus rapidamente abriram vantagem sobre o Brasil, que não conseguiu repetir as atuações que teve contra a Tunísia e, principalmente, contra a Espanha. Com o cenário praticamente definido, o ritmo do jogo caiu e os poloneses só administraram a vantagem até o apito final. O destaque brasileiro foi o ponteiro Haniel Langaro, com quatro gols.
Próxima fase
Na segunda fase, os times classificados seguem com os pontos que somaram entre si. No caso do Grupo B, da seleção, os pontos obtidos contra a eliminada Tunísia serão desconsiderados. Com isso, o Brasil iniciará a próxima etapa com apenas um ponto, enquanto a Espanha soma três e a Polônia dois.
As equipes farão parte de uma nova chave ao lado das três classificadas no Grupo A: Hungria (que traz quatro pontos da primeira fase), Alemanha (dois pontos) e Uruguai (zero). As seleções enfrentarão somente aquelas com as quais não jogaram na fase anterior. O Brasil, portanto, só terá pela frente húngaros, alemães e uruguaios. As duas melhores campanhas desta nova chave avançam às às quartas de final.
O jogo contra os húngaros será nesta quinta-feira (21), em horário que ainda será anunciado pela Federação Internacional de Handebol (IHF). No sábado (23), o adversário será a Alemanha, tricampeã mundial. E na segunda-feira (25), os brasileiros encerram a participação na segunda fase contra os uruguaios.
Turbulência
O Brasil disputa o torneio no Egito em meio a um surto do novo coronavírus (covid-19) no grupo. O armador (e capitão) Thiagus Petrus, o goleiro Leonardo Ferrugem, o técnico Marcus Tatá e outros três membros da comissão foram infectados antes da viagem. Na chegada à África, o ponteiro Felipe Borges também testou positivo. O goleiro César Bombom foi chamado no lugar de Ferrugem, enquanto Guilherme Torriani foi escolhido para a vaga de Felipe. Sem Tatá, a seleção é dirigida pelos auxiliares Giancarlos Ramirez e Leonardo Bortolini.
A participação no Mundial se dá em meio a um cenário conturbado, especialmente de 2019 para cá, com três trocas de técnico e mudanças de comando da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb). A última delas em dezembro, quando Ricardo Luiz de Souza, o Ricardinho, renunciou à presidência em exercício da entidade. Ele já estava suspenso pelo conselho de ética do Comitê Olímpico do Brasil (COB) por uma acusação de assédio moral e sexual.
(Texto: Lincoln Chaves/Agência Brasil. Foto: IHF)
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