O diretor do Australian Open, Craig Tiley, confirmou que o primeiro torneio Grand Slam da temporada de tênis seguirá a programação, a partir de 8 de fevereiro, apesar da irritação de jogadores forçados a entrar em uma dura quarentena em Melbourne por causa de casos positivos do novo coronavírus (covid-19) em seus voos fretados.
Setenta e dois jogadores e suas equipes terão que se isolar por duas semanas em seus quartos de hotel em Melbourne e não estão mais livres a deixá-los para treinarem após infecções terem sido registradas em três voos que os levaram a Melbourne.
Um caso positivo foi registrado neste domingo num voo que havia aterrissado um dia antes e que levou 58 passageiros de Doha, onde ocorreram torneios classificatórios do Grand Slam.
Vinte e cinco jogadores estavam a bordo, mas o passageiro, que havia testado negativo antes do voo, não é um deles.
“Os 25 jogadores no voo não poderão deixar seus quartos de hotel por 14 dias, e até que sejam liberados pelos médicos. Eles não poderão treinar”, disse o Australian Open.
Outros jogadores que chegaram em diferentes voos também estão submetidos à quarentena de 14 dias, mas podem deixar os seus hotéis durante cinco horas por dia para treinar, o que levantou questões sobre a integridade do Grand Slam.
Tiley afirmou que o torneio começaria como planejado, mas a instituição organizadora do esporte no país, a Tennis Australia, considerará alterar os torneios de preparação para ajudar os jogadores afetados.
“Estamos analisando o calendário de preparação para ver o que podemos fazer para auxiliar esses jogadores”, disse Tiley à emissora Nine Network, neste domingo (17).
“O Australian Open ainda será realizado e continuará a fazer o melhor possível para garantir que esses jogadores tenham a melhor oportunidade”.
Autoridades haviam dito antes que tinham registrado quatro infecções por covid-19 entre passageiros de dois voos fretados levando jogadores a Melbourne.
Um jornalista do voo de Los Angeles testou positivo, se juntando a um membro da tripulação e um treinador de tênis no mesmo voo, cujas infecções haviam sido relatadas no sábado.
O outro caso foi Sylvain Bruneau, treinador da canadense Bianca Andreescu, campeã do US Open de 2019. Ela estava num voo fretado que levou 23 jogadores de Abu Dhabi.
Alguns dos jogadores afetados reclamaram da quarentena.
A romena Sorana Cirstea, número 71 do mundo no circuito feminino, disse nas redes sociais: “Se tivessem nos falado dessa regra antes, eu não jogaria. Teria ficado em casa”.
A jogadora suíça Belinda Bencic afirmou que ela e os outros 46 jogadores estão em desvantagem: “Não estamos reclamando [da quarentena]. Estamos reclamando pelas condições desiguais de treinos e jogos antes de um torneio muito importante”.
A chefe de quarentena do Estado de Vitória, Emma Cassar, alertou os jogadores a cumprirem as regras de quarentena e os ameaçou com multas de cerca de US$ 15 mil e a possibilidade de movê-los a instalações mais rígidas após dois jogadores cometerem violações leves, abrindo as portas dos seus quartos de hotel para conversar com outros.
(Agência Brasil)
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