Depois de um merecido descanso de três semanas, o paulistano Felipe Vinícius dos Santos voltou aos treinos na segunda-feira (4/1), no Centro Nacional de Desenvolvimento do Atletismo (CNDA), na cidade de Bragança Paulista (SP). A retomada das atividades não poderia ter sido melhor. Afinal, ele terminou 2020 qualificado no decatlo, conjunto de 10 provas, para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2021.
A qualificação foi obtida nos dias 11 e 12 de dezembro durante a disputa do Troféu Brasil Caixa de Atletismo, a principal competição interclubes da América Latina, realizada no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, em São Paulo. Ele somou 8.364 pontos, ficando a apenas 29 do recorde sul-americano, que pertence desde 2013 a Carlos Chinin, e superando o índice exigido pela World Athletics de 8.350 pontos.
“Estou muito tranquilo. Trabalhei duro para conseguir o índice. Sabia que tinha grandes chances de dar tudo certo e graças a Deus deu”, comentou Felipe, de 26 anos. “Meu objetivo é ir por partes, assim como fui em 2020. Vou focar na base, que é muito importante, e sair dela saudável e bem fisicamente. Depois da base, treinar muito as provas técnicas que estou deixando a desejar e pretendo chegar a Tóquio em ótima fase para que possa conseguir o melhor resultado possível.”
O treinador Edemar Alves, que orienta o atleta, explica o que pode ser melhorado nos exercícios específicos. “Ele precisa evoluir nas provas de lançamentos do disco e dardo e do arremesso do peso. O 1.500 m é uma prova que ele também precisa melhorar e correr perto do seu melhor, que é 4:39”, lembrou Edemar. “Ele tem tudo para ser Top 5 em Tóquio.”
Recordista sul-americano sub-20 do decatlo, com 7.762 pontos – marca alcançada em 2013, em Medellín, Colômbia -, e medalha de bronze no octatlo do Campeonato Mundial Sub-18 de Lille, na França, em 2011, Felipe passou por duas cirurgias e perdeu praticamente duas temporadas em recuperação. “Fiquei um pouco desacreditado, mas agora dei a volta por cima e tenho de agradecer a muita gente que sempre me apoiou”, disse.
Felipe começou no atletismo no Centro Olímpico, um tradicional formador de talentos, e ficou feliz por ter obtido o índice, durante o Troféu Brasil, nas mesmas instalações – agora reformadas – em que treinou no começo de sua carreira. O recorde pessoal anterior do atleta era de 8.019 pontos, alcançado há cinco anos, antes dos problemas de lesão.
Além de Felipe, outros atletas voltaram aos treinos no CNDA, onde Edemar Alves é coordenador técnico, como Darlan Romani, recordista sul-americano do arremesso do peso e favorito a medalha em Tóquio-2021, Geisa Arcanjo, finalista olímpica em Londres-2012 também no peso, Andressa Morais, qualificada para Tóquio no lançamento do disco.
(Texto: CBAt. Foto: Wagner Carmo/CBAt)
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