No dia 20 de setembro, a nadadora carioca Jhennifer Alves Conceição recebeu o prêmio de melhor atleta universitária feminina de 2019, uma homenagem da Confederação Brasileira de Desporto Universitário (CBDU). A lembrança veio pela conquista da medalha de ouro na Universíade de Nápoles, em julho de 2019, na prova dos 50 metros peito.
Jhennifer se tornou a primeira nadadora brasileira a vencer uma prova em uma edição desse torneio, que é considerado a Olimpíada Universitária. “Quando conquistei a medalha lá na Itália, o pessoal da CBDU veio comemorando para o meu lado e fiquei sem entender. Eles me explicaram que era o primeiro ouro feminino. Fiquei sem acreditar, mas muito feliz. Sempre quis deixar um legado e uma história legal para as próximas gerações”, disse a atleta de 23 anos.
Além da vitória na Universíade, Jhennifer obteve outra marca importante durante a turnê pela Europa no ano passado, ela conseguiu quebrar o recorde sul-americano dos 100 metros peito feminino, que durava 10 anos. No Troféu Sette Colli, ela alcançou a marca de 1min07s64. A antiga marca era 1min07s67, de Tatiane Sakemi. “Foi um mês inteiro bem puxado. Estava muito cansada. Mas, como meu técnico sempre fala, sou movida a desafios. Foi incrível. Acho que foi a principal conquista da minha carreira. Quando acabei a prova acabei ficando um pouco triste, pois queria pelo menos um lugar no pódio. Vi que tinha ficado em quarto e já estava saindo da piscina. Quando me dei conta de que havia batido o recorde, foi uma choradeira. Desde 2018, não saía da casa do 1min08s. Assim, aumentou a certeza de que estou cada vez mais perto do meu sonho, que é o índice para os 100 metros peito dos Jogos de Tóquio”, vibrou a nadadora de Nova Friburgo, que também é recordista sul-americana dos 50 metros peito, com o tempo de 30s42.
Para estar na prova individual dos 100 metros peito nos Jogos de Tóquio, Jhennifer precisa alcançar 1min07s07 na seletiva olímpica de abril do ano que vem. “Tenho que baixar em 57 centésimos a minha melhor marca. É um piscar de olhos. Fiz um levantamento com meu técnico. Até o momento, a única mulher que já teria a marca é a Etiene Medeiros nos 50 metros livre. Depois dela, a atleta mais próxima do índice sou eu. Agora é seguir trabalhando para confirmar. É meu grande sonho”, declarou.
E nada melhor do que uma competição para se preparar. No dia 18 de outubro, Jhennifer embarca para Budapeste (Hungria) para a primeira etapa da Liga Internacional de Natação (ISL, na sigla em inglês) de 2020, uma espécie de torneio independente que reúne muitos dos melhores atletas do mundo.
Esta será a segunda temporada da brasileira no torneio. Em 2019, ela defendeu a equipe LA Current. Já em 2020 estará com o time estreante Toronto Titans. “Em 2019, tivemos poucos brasileiros. Mas foi incrível. Não sou tão boa assim em piscina curta. Mas consigo acompanhar as meninas. Para essa temporada, estarei na equipe nova do Toronto. Apesar de não conhecer os meus colegas, tenho certeza de que vamos dar o melhor para estar na final, que vai ser em Tóquio. Pode ser uma prévia legal para os Jogos Olímpicos”, conclui.
(Texto: Juliano Justo/Agência Brasil. Foto: Satiro Sodré/SSPress)
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