RÁDIO MARINGÁ – A um mês da volta do vôlei nacional, dirigentes e atletas iniciam contagem

Desde o dia 15 de março as quadras de vôlei no Brasil ficaram desertas, as arquibancadas silenciosas, e todas as competições suspensas desde que o país passou a sentir os efeitos da pandemia do novo coronavírus. No entanto, a bola já tem data para voltar a subir e atravessar de um lado ao outro por cima da rede. A retomada do voleibol brasileiro acontecerá daqui a exato um mês, com a realização da primeira etapa do Circuito Brasileiro de vôlei de praia 2020/2021, quando os primeiros jogos do torneio feminino acontecerão dentro do Centro de Desenvolvimento de Voleibol (CDV), em Saquarema (RJ).

Por ser uma modalidade praticada ao ar livre e com menos pessoas envolvidas nas ações dentro de quadra, o vôlei de praia foi a escolha para iniciar o processo de retomada das competições. Para isso o CDV se transformará numa verdadeira bolha com protocolos de segurança rigorosos, testagem de todos os envolvidos na realização do evento e uso obrigatório de máscaras, entre outras ações.

Os moldes da competição serão diferentes daqueles que o público do voleibol está acostumado, como a separação dos naipes em semanas alternadas, redução no número de duplas e sem presença de torcedores. Apesar das adaptações, não faltam motivos para a ansiedade pela volta das competições. O superintendente de competições de vôlei de praia da CBV, Virgílio Pires, destacou o empenho de todas as unidades da instituição para tornar possível o retorno.

“Nós estamos a 30 dias da retomada de nossas competições, e é uma satisfação enorme recomeçar pelo vôlei de praia. É uma ansiedade grande entre técnicos e atletas com essa retomada. Nós trabalhamos intensamente para desenvolver todo o protocolo de prevenção. Estamos contando os dias para ver o vôlei de praia nas areias de todo o Brasil, mas inicialmente estaremos apenas em nosso centro de treinamento em Saquarema, porque, acima de tudo, nos preocupamos com a saúde das pessoas. Então vamos começar gradualmente, mas a satisfação de começar esta retomada pelo vôlei de praia é muito grande”, comentou Virgílio.

Pelo lado dos atletas, a volta das competições em setembro também é vista como positiva. A vontade de entrar em quadra, a paixão pelo esporte e a ‘necessidade’ de manter metas e desafios na carreira de alto rendimento são fatores importantes no processo. A medalhista olímpica na Rio-2016, Bárbara Seixas, e a parceira Carol Horta, medalhista pan-americana – dupla formada neste ano de 2020 – estão entre os nomes que participarão do evento inaugural do Circuito. Para Bárbara, o momento é de pré-temporada em ritmo forte e administração de ansiedade para o retorno à disputa nas areias.

“A volta inspira todos os cuidados, e a CBV está tomando as medidas e seguindo os protocolos médicos que são necessários. Nós atletas estamos muito animados pelo retorno, depois de notícias não muito boas de cancelamentos de eventos em todo o mundo, é bom poder retomar nossa vida de forma segura e responsável. Agora nós encaramos o período de treinos como uma nova pré-temporada. Tivemos tempo para trabalhar a parte física e técnica. A gente precisa se apegar a um desafio, seja de curto ou médio prazo, e ter uma data é bom para este aspecto, bem como o planejamento da nossa comissão técnica na preparação da equipe.”, contou Bárbara.

A um mês do recomeço das competições do voleibol no Brasil, o recado de Radamés Lattari, diretor executivo da CBV, é para que os atletas sigam mantendo todos os cuidados, enquanto a entidade faz todo o esforço para entregar um evento à altura do talento dos atletas.

“Agora, faltando um mês para o retorno, nós orientamos os atletas a seguirem mantendo todo o cuidado durante os treinamentos, que não abram mão de nenhum protocolo de segurança. E, pelo nosso lado, não vão faltar trabalho e dedicação para que possamos atingir a melhor organização possível, para que quem esteja em casa possa assistir, quem esteja no evento tenha segurança. Esse é o nosso objetivo. Essa pandemia alterou a rotina de todas as pessoas em qualquer que seja a atividade. E estamos nos cercando de toda segurança possível para manter a integridade de todas as pessoas envolvidas no evento. Temos certeza de que estamos trabalhando bem neste sentido, e que a organização para a retomada do vôlei é a melhor possível”, comentou o diretor.

Ações fora de quadra

Apesar da ausência de competições, o voleibol brasileiro não ficou parado. Ao longo dos cerca de cinco meses trabalhando em sistema de home office e neste próximo mês até a realização da etapa, a instituição promoveu uma série de ações para manter a comunidade de profissionais e amantes da modalidade ativos. Seja por meio das redes sociais ou plataformas digitais, a CBV realizou seminários e encontros para promover o conhecimento e o esporte.

Entre o final de março e o início de agosto já foram realizadas 46 lives no Instagram com ídolos do presente e do passado, 15 edições do programa “Vôlei em Casa”, que reuniu grandes nomes do voleibol para relembrar momentos importantes na história do esporte, discutir cuidados com o retorno e mostrar o talento musical de alguns atletas. Além disso fora 29 seminários do “Academia do Voleibol”, com temas variados dentro do universo da modalidade.

“Neste período de inatividade nas quadras e areias a CBV trabalhou muito na organização interna. Buscamos aproximar profissionais de todos os seguimentos do voleibol às pessoas interessadas em trocar experiência através de seminários virtuais que ficaram como legado, desde advogados especializados em Lei de Incentivo ao Esporte, passando pelos nossos técnicos de seleções e da base, árbitros, atletas da praia, enfim, uma gama de palestrantes que trouxeram conhecimento. Ainda tivemos o ‘Vôlei em Casa’, que aproximou toda a comunidade do voleibol em conversas muito interessantes, e nossa intenção é que essa agenda se mantenha daqui para frente”, destacou Radamés.

A volta das competições no voleibol brasileiro começa com o torneio feminino da primeira etapa do Circuito Brasileiro de vôlei de praia 20/21, e ocorre de 17 a 20 de setembro, enquanto o torneio masculino acontece na semana seguinte, entre os dias 24 a 27.

A segunda etapa da temporada também será realizada em Saquarema, em outubro, entre os dias 15 a 18 (feminino) e 22 a 25 (masculino). As outras três etapas da temporada 20/21 ainda terão locais definidos, mas já possuem datas. A terceira parada será de 5 a 8 de novembro (feminino) e 12 a 15 de novembro (masculino). O quarto torneio será de 2 a 6 de dezembro, e o quinto de 16 a 20 de dezembro, com possibilidade de realização dos dois naipes.

O vôlei de quadra tem prevista a realização da Superliga C entre outubro e novembro, com datas e locais ainda por definir. A Superliga Banco do Brasil 20/21 também está programada para começar em novembro.
(Foto: Alexandre Arruda/CBV)

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