Nesta semana, seis triatletas brasileiros chegaram a Portugal para se integrarem à Missão Europa do Comitê Olímpico do Brasil (COB). Um deles é o cearense Manoel Messias, melhor atletas do país no ranking mundial da modalidade (45º).
Durante o auge da pandemia do novo coronavírus (covid-19), em São Carlos (interior de São Paulo), onde reside, Messias fez alguns ajustes para manter os treinamentos, principalmente na parte do ciclismo. Ele adaptou uma bicicleta dentro de casa para seguir os trabalhos. Agora, na Europa, os trabalhos puderam voltar à normalidade.
“Já conhecemos bastante esse CT. É um espaço muito bom, que atende perfeitamente às nossas necessidades de treinamento. Estava sem piscina para treinar também. Vai ser bom voltar aos trabalhos”, disse o atleta à Agência Brasil.
Outro fator valorizado por ele é a possibilidade de estar mais próximo das sedes das primeiras competições depois da parada forçada pela covid-19. “A modalidade tem um circuito de competições praticamente todo focado na Europa. Então, em uma temporada normal, estaríamos por lá mesmo nessa época. Esse apoio do COB para conseguirmos fazer essas semanas de preparação antes da volta agrega bastante”, diz.
O calendário prevê para setembro duas competições, a etapa do mundial (WTS, na sigla em inglês) em Hamburgo (Alemanha), prevista para 5 de setembro, e a etapa da Copa do Mundo, na República Tcheca, em 13 de setembro. “Essa é a previsão. Por isso estamos aqui em Portugal treinando. Mas é claro que tudo pode mudar. Várias competições estão sendo canceladas a todo momento”, afirma. Recentemente, inclusive, a União Internacional de Triatlo (ITU, na sigla em inglês) anunciou o cancelamento de três competições: a Grande Semana de Tiszaujvaros (Hungria), o Festival Europeu de Jovens, na Turquia, e a Copa do Mundo de 2020 Tongyeong (Coreia do Sul).
“Essa indefinição toda sempre atrapalha. Calendário é definido com uma antecedência bem grande. Mas, em termos de pontos e classificação olímpica, fiz um período inicial muito bom, e estou bem encaminhado”, celebrou o brasileiro.
No feminino, o Brasil tem uma dupla praticamente classificada para os Jogos de Tóquio: Vittória Lopes (23ª do ranking mundial) e Luisa Baptista (33ª do ranking mundial). As duas também estão treinando em Portugal. O sistema classificatório para os Jogos de Tóquio no triatlo é bastante complexo. Mas, entre vários outros detalhes, prevê que os atletas utilizem os 12 melhores resultados nos últimos dois anos.
Inicialmente, cada país tem a possibilidade de classificar no máximo dois atletas de cada gênero para a disputa. Somente as primeiras equipes classificadas no ranking mundial (privilégio que pode ser usufruído pelas três ou cinco primeiras seleções, dependendo de vários critérios) têm a possibilidade de levar três atletas masculinos e/ou femininos. Para um país conquistar uma vaga, deve ter um atleta aproximadamente entre os 60 primeiros do ranking olímpico. Kauê Willy (129º), Miguel Hidalgo (150º) e Djenyfer Arnold (117ª) completam a equipe do triatlo nessa fase de treinos. Nas provas olímpicas, o triatlo é formada por 1,5 km de natação, 40 km de ciclismo e 10 km de corrida.
(Texto: Juliano Justo/Agência Brasil. Foto: Alexandre Loureiro/COB)
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