A brasileira Fernanda Borges, líder do ranking nacional de lançamento de disco, vive um momento diferente em sua carreira, enquanto enfrenta limitações para manter a rotina de treinos no decorrer da pandemia do novo coronavírus (covid-19) ela acompanha a participação, no exterior, de algumas de suas adversárias na busca do índice para os Jogos de Tóquio.
Fernanda participou de sua última competição oficial em março, o Campeonato Paulista de Atletismo. Logo depois veio a pandemia do novo coronavírus, e desde então a atleta gaúcha se divide entre treinos de musculação na sua casa em São Paulo e a parte prática em São Bernardo do Campo, região metropolitana da capital paulista.
“Ela faz musculação em casa. Tem todos os aparelhos, usamos muito os pesos livres. E fazemos lançamentos no Riacho Grande em São Bernardo três vezes por semana. O campo é grande, tem 90 metros de comprimento. Mas é claro que não é a mesma coisa”, diz o técnico João Paulo da Cunha à Agência Brasil.
Enquanto a brasileira busca o melhor ritmo durante a pandemia, fora do Brasil a situação é diferente. No último sábado (1), a norte-americana Valerie Allman, de 25 anos, não só competiu como quebrou o recorde nacional dos Estados Unidos. Lançou o disco a 70,15 metros e tornou-se a primeira americana a superar a marca dos 70 metros (em toda a história da prova, apenas 25 atletas conseguiram superar os 70 metros).
“Vimos o lançamento da americana. Ela tinha 67 metros como melhor marca. Evoluiu bastante. Abrir a temporada com 70 metros é bem competitivo. Claro que essa falta de ritmo de competição da Fernanda, enquanto outras atletas bem fortes já estão em um nível alto, preocupa”, diz o técnico.
A janela para a classificação para os Jogos de Tóquio reabre em dezembro, mas a brasileira e a comissão técnica já planejam uma ida à Europa para acelerar a preparação. O índice olímpico é de 63,50 metros. “Mês que vem, ela vai entrar na Missão Europa do Comitê Olímpico do Brasil (COB), em Portugal. A ideia é que ela treine e participe de alguns eventos”, diz o técnico.
A atleta de 32 anos é a primeira colocada na temporada brasileira, com a marca de 62,37 metros. O recorde da lançadora é de 64,66 metros, alcançado em outubro de 2018, em Bragança Paulista. Em 2019, na quarta participação dela em um Mundial, a gaúcha de Santa Cruz do Sul finalizou em sexto lugar, com 62,44 metros. João Paulo Alves da Cunha, treinador-chefe da delegação em Doha (Catar), considera o resultado excelente. “Foi uma ótima participação. Primeiro ter ficado entre as 12, e depois, na final, conseguir o sexto lugar foi muito bom. Posição histórica”.
(Texto: Juliano Justo/Agência Brasil)
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