A equipe brasileira de canoagem slalom chegou ao Rio de Janeiro nessa semana para a retomada dos treinos no Parque Aquático de Deodoro, localizado na Zona Oeste da capital fluminense. A delegação conta com seis atletas, entre eles Ana Sátila, classificada para participar de duas provas (canoa e caiaque), nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
O Parque de Deodoro ficou fechado por mais de quatro meses em razão da pandemia do novo coronavírus (covid-19). Nesse período, grande parte do time brasileiro não pôde realizar o trabalho específico dentro da água.
“Há um mês, quando as conversas começaram a ficar mais concretas sobre a reabertura, já ficamos mais empolgados. A pista de Deodoro é incrível. Até fiz alguns trabalhos em Foz do Iguaçu, onde estou morando, mas não é a mesma coisa. Acredito que foi justamente na parte técnica, dentro da água, que mais perdemos durante a quarentena. Vou ter que me cuidar, até para não voltar tão animada e, de repente, me lesionar”, declarou a atleta à Agência Brasil.
As vagas para representar o Brasil em 2021 foram garantidas no Mundial disputado na Espanha, em setembro do ano passado. E não é exagero dizer que a mineira de 24 anos, que está na canoagem desde os nove, é uma das concorrentes a medalhas lá do outro lado do mundo. O currículo dela mostra isso. Entre outras conquistas, foi campeã do mundial júnior em 2014, foi vice no Mundial sub-23 em 2015 (conquistas no K1, caiaque). Já em 2017 faturou a primeira medalha brasileira em um mundial adulto (bronze no C1, canoa ) Na ocasião, ela ganhou também a prata no K1 Extremo (modalidade não olímpica, e que tem vários atletas competindo ao mesmo tempo). Em Olimpíadas, são duas participações, em 2012 e 2016. Nos Jogos de Londres, ela foi a mais nova da delegação brasileira, com 16 anos.
E agora, a um ano da abertura dos Jogos de Tóquio, ela sabe muito bem o que quer: medalhas. “Com certeza. Sempre foi isso, né? E de ouro. É o que mais sonho desde criancinha. Tive minhas quedas e vitórias. Hoje em dia, chego para a Olimpíada muito mais bem preparada”, afirmou.
Mesmo tendo começado a trajetória na canoagem na K1, atualmente, ela não tem uma modalidade preferida: “Só fui competir na C1 após uns três anos. Mas sempre fui apaixonada por ela. A K1 sempre foi mais competitiva, usa um pouco mais a força bruta. Não consigo escolher uma favorita. A C1 não era olímpica. Por isso não era tão desenvolvida em nível mundial. E depois que ela entrou no programa olímpico no ciclo dos Jogos do Rio isso começou a mudar. Vou para Tóquio bem preparada nas duas”.
No final do ano passado, ela pôde conhecer o local que vai receber as disputas da modalidade nos Jogos Olímpicos. No evento teste, em Tóquio, ficou em quarto na prova do C1 e sexto no K1. “A pista é bem parecida com a que usamos em Deodoro. Não consegui dar meu melhor na competição. Não me senti tão bem durante o torneio. Mas a experiência foi incrível. É uma bagagem que vai ser muito útil em 2021”, conclui.
(Texto: Julino Justo/Agência Brasil. Foto: Pedro Ramos/RededoEsporte)
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