Em dezembro do ano passado, durante o Campeonato Americano disputado em Atlanta, na Geórgia (EUA), o nadador carioca Guilherme Costa quebrou três recordes sul-americanos em provas diferentes (400m, 800m e 1500m estilo livre) em apenas quatro dias.
“Essa competição me fez subir de nível, sim. Foram marcas fortes no cenário mundial. Resultados que me deram ainda mais confiança para o ano que vem e me colocaram entre os melhores do mundo. Algo que nunca tinha conquistado antes”, declarou o nadador de 21 anos, que é conhecido no meio do esporte como cachorrão, à Agência Brasil.
Nos 400m, os 3min46s57 ficaram mais de um segundo abaixo da marca anterior (3min47s99, do também brasileiro Fernando Scheffer). A distância do novo recorde em relação ao anterior nos 800m foi ainda maior, pouco menos de quatro segundos (7min47s37 contra a marca antiga de 7min50s92, que também era de Costa). Nos 1.500m, ele baixou em três segundos e meio a antiga marca, que também era dele (14min55s49 contra 14min59s01).
No melhor momento da carreira, Costa foca agora na vaga para estrear em Jogos Olímpicos. A seletiva brasileira para os Jogos de 2021, no Japão, estava prevista inicialmente para o final de abril desse ano. Porém, foi adiada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19). Segundo a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), ainda não foi definida uma nova data para o evento.
Ainda conforme a CBDA, os índices qualificatórios divulgados no final do ano passado ainda não tiveram nenhuma alteração. Para chegar lá, o nadador já escolheu a receita, seguir no Brasil trabalhando com o técnico Rogério Karfunkelstein: “É fundamental estar junto nesse momento. Ele me conhece como ninguém. Confio demais no trabalho que estamos fazendo. Conversamos bastante e chegamos à conclusão de que o melhor para nós era seguir no Brasil, por enquanto. É mais seguro e estamos conseguindo fazer as nossas coisas bem por aqui”.
Claro que a possibilidade de treinar praticamente dentro de casa, no CT Time Brasil, reaberto na última segunda-feira (20), é um diferencial: “Muito bom. Treino aqui há bastante tempo. E poder voltar é excelente. Estão tomando todos os cuidados. Vai ser bem seguro. Treinos com a estrutura, a academia, a piscina longa. É um lugar perfeito para conseguir alcançar a melhor performance”.
No início do segundo semestre do ano passado, o nadador e o técnico tiveram experiências diferentes em relação ao volume dos treinos. Antes do Mundial da Coreia do Sul, em julho, quando ele passou por duas semanas de treinos menos intensos, os resultados ficaram abaixo do esperado (25º nas eliminatórias dos 1.500m e 21º nos 800m livre). Já nos Jogos Pan-americanos de Lima, em agosto, depois de retomar um trabalho mais forte, ele faturou a medalha de ouro nos 1.500m. Agora a dupla já sabe o que precisa fazer até o final do ano: “Já trabalhamos bastante volume. Nosso foco principal agora, nos próximos meses, será intensidade”.
(Texto: Juliano Justo/Agência Brasil. Foto: Abelardo Mendes Júnior/Rede do Esporte)
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