Assim como em todo ano par, em 2022, temos eleições no Brasil. Desta vez vamos votar para deputado estadual, deputado federal, senador, governador e presidente da República.
Por Adriano Prado Marquioto, analista político
Antes das campanhas ganharem as ruas e os meios de comunicação, líderes políticos e pretensos candidatos se baseiam em um calendário específico para as eleições. A cada dia, um novo movimento, tudo milimetricamente calculado com o propósito de chegar em outubro em condições de receber o maior número de votos dos eleitores.
Já superamos, no início do mês de abril, a fase das filiações partidárias. Quem se filiou, filiou; quem não se filiou, não se filia mais – ao menos em condições de disputa ainda no ano de 2022.
Vivemos agora o tempo das alianças, das conversas, dos acordos, dos avanços, dos recuos (…) que têm duração até o mês de julho quando, de acordo com o calendário eleitoral, serão realizadas as convenções partidárias e a definição final das candidaturas e coligações.
Todos esses movimentos ficam restritos aos “caciques partidários” e pré-candidatos. O eleitor nem de longe se interessa pelos bastidores – mal sabe ele (eleitor) que o resultado de outubro é fruto daquilo que está sendo plantado aqui e agora.
Embora tenhamos a percepção que há o engajamento do povo na política, a realidade mostra que tal ação se restringisse basicamente às mídias sociais e em defesas apaixonadas de personalidades. Não há disposição em pesquisar, examinar, analisar as eleições como um todo, ou seja, conhecer de fato como funciona a política e sobretudo as eleições brasileiras.
Portanto, mais que exercer o direito democrático de votar, nós, eleitores e eleitoras, devemos buscar entender e vivenciar de forma próxima os bastidores da política, como maneira de qualificação e aprimoramento do voto. Enquanto nos mantemos distantes do processo, a probabilidade de o resultado final não nos agradar é muito grande.
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