Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União no Rio Grande do Sul vai entrar com ação contra Bolsonaro por associar servidores da Justiça Eleitoral a fraudes

  • O Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União no Rio Grande do Sul (Sintrajufe/RS) promoverá uma entrevista coletiva nesta terça-feira, dia 6 de julho, às 15h, para anunciar o ingresso da entidade com ação civil pública por danos morais contra a União devido a reiteradas manifestações do presidente Jair Bolsonaro nas quais ele associa servidores da Justiça Eleitoral a fraudes (nunca comprovadas por ele) em urnas eletrônicas.O Sintrajufe/RS representa servidores e servidoras das justiças Eleitoral, do Trabalho, Federal e Militar e do MPU no estado. Além de diretores da entidade sindical e especialista em Direito Eleitoral, estarão presentes os advogados responsáveis pelo ingresso da ação.
    Na ação, entre outros pontos, o Sintrajufe/RS requer que a União seja condenada a pagar R$ 1 milhão por danos morais e que seus agentes públicos – em especial o presidente da República –, em perfis vinculados ao governo, redes sociais, veículos de comunicação ou outros meios, se abstenham de divulgar ou fomentar conteúdos que sugiram fraudes nas eleições organizadas pela Justiça Eleitoral.
    Em suas manifestações sobre as supostas fraudes, Bolsonaro chegou a afirmar que botões de urnas eletrônicas foram colados para impedir que eleitores votassem nele ou em aliados. Neste momento, o presidente e seus apoiadores insistem no voto impresso, quando, por diversas vezes, já foi comprovada a segurança do sistema eleitoral e, consequentemente, das urnas eletrônicas, assinala o sindicato.
    Para o Sintrajufe, essas manifestações contra o atual sistema eleitoral, sob a alegação de fraude, sempre sem qualquer prova, ganham grande repercussão, pois são feitas pelo presidente da República.“E quando ele diz que é uma ação orquestrada por quem manuseia as urnas, e afirma que houve adulteração, isso atinge diretamente servidores e servidoras da Justiça Eleitoral, responsáveis diretos pelo preparo de todo o material oficial ligado às eleições no país. Esses servidores ficam ligados a uma ideia de “conspiração”, “fraude”, “falta de idoneidade”, o que vem sendo observado de forma crescente em redes sociais e aplicativos de mensagens”, afirma ainda a entidade.

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