No ano de 2020, Bolsa de Valores teve o maior volume de ofertas públicas iniciais desde 2007, mesmo no contexto da crise provocada pelo novo coronavírus. As chamadas IPOs, sigla para Initial Public Offering, foram impulsionadas pela taxa básica de juros, a Selic, que em 2020 continuou com um processo de desvalorização responsável por fazer investidores procurarem o mercado de renda variável em busca de maior rentabilidade.
Mesmo empresas que antes tinham capital fechado sentiram que era o momento para buscar mais recursos em troca de parte de seus projetos, dando vazão a um fluxo mais intenso não só de investidores brasileiros, como também de estrangeiros. A abertura de capital na bolsa é interessante por permitir à empresa a venda de ativos com valores elevados.
Para 2021, existe uma tendência de que esse cenário se mantenha, dada a quantidade de empresas que entraram com pedidos de abertura de capital na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no mês de dezembro. Entre outras estão companhias como Orizon, Kalunga e Mobly.
Como agir em 2021
No geral, as IPOs devem continuar com tendência de crescimento no novo ano, entretanto, ainda que isso represente um ponto positivo para o mercado, cabe ao investidor ter maior atenção em relação às ofertas que cada empresa disponibiliza.
Mais do que contar com as informações oficiais divulgadas é recomendável ir adiante na busca pela compreensão da realidade de cada organização, de modo que a aplicação seja feita realmente de acordo com o potencial das empresas.
Com boas informações e uma postura proativa, o investidor tem nas IPOs uma possibilidade na busca por resultados.
Como escolher boas IPOs
É preciso cuidado, pois em um momento de valorização da bolsa, surge certa euforia que leva empresas a oferecerem suas ações por preços muito acima do adequado. Para que o investidor não entre nesse processo de maneira inocente, é fundamental que ele esteja amparado por boas informações a respeito do prospecto do negócio, documento disponibilizado pelas corretoras.
Além dessa informação, é necessário compreender os resultados da companhia nos últimos meses, se existe dívida e se ela é possível de ser paga, se as perspectivas são realmente boas e se, de fato, os números apresentados estão de acordo com o potencial das ações.
Também é preciso saber quem vai vender as ações, se a própria companhia ou seus atuais acionistas. Quando é a empresa que faz a venda, trata-se de uma oferta primária, que em geral serve para que a organização arrecade fundos para investir em novos projetos. Quando a oferta é secundária, na qual a participação dos acionistas é negociada, vale a pena procurar saber se a saída dos acionistas tem relação com o desempenho da companhia.
Como investir em IPOs
Para investir em IPOs, basta ter uma conta aberta em uma corretora de valores que fornecerá o documento com todas as informações necessárias para que o investidor tome sua decisão, envolvendo dados sobre a empresa, o mercado, além dos valores mínimo e máximo para a aplicação.
Optando por aplicar, cabe ao investidor fazer uma reserva de ações na qual será definido o valor máximo a pagar por ação e o montante que pretende investir. Concluído o período de reserva, é definido o valor de lançamento das ações. Se a oferta realizada pelo investidor atingir ou superar o preço final, ele passa a ter o direito de comprar por esse valor.
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