Pelo sexto mês seguido, a indústria paranaense registrou crescimento, e outubro ficou 3,4% acima do resultado de setembro, o maior do Brasil. O país registrou apenas 1,1% de aumento em comparação a setembro. No entanto, em comparação a outubro de 2019, o Brasil obteve um crescimento de 4,8%, significando uma retomada das atividades.
Para o presidente do Sistema Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Carlos Valter Martins Pedro, o resultado é mais um sinal de que a indústria do Paraná é forte e está se recuperando das perdas causadas pela pandemia.
“Mas algumas questões ainda exigem atenção, como o cenário de incertezas diante do novo crescimento dos casos de coronavírus no Estado e algumas dificuldades que as empresas vêm encontrando em relação ao fornecimento e aumento de preços de matérias-primas e insumos. Tudo isso precisa ser equacionado para que o setor alcance plena recuperação”, destaca.
Segundo analise comparativa a outubro de 2019, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), das 13 indústrias, 10 tiveram crescimento acima de 8%. Os ramos que receberam destaque foram:
- fabricação de produtos de metal | +30,6%
- borracha e material plástico | +26,9%
- madeira | +24,1%
- minerais não-metálicos | +21,9%
- bebidas | +20,5%
- móveis | +18,1%.
Apenas três ramos registraram queda. Papel e celulose (-4,1%); produtos químicos (-12,7%) e automotivo (-24,5%).
“Nos últimos três meses, a produção industrial do Paraná mostra claramente que está numa trajetória de crescimento forte. Ainda não é o suficiente para zerar as perdas do ano, mas é um bom sinal de que isso deve se concretizar nos próximos meses se a economia continuar em ritmo de recuperação”, avalia o economista da Fiep, Evânio Felippe.
Para Felippe, alguns fatores precisam ser observados para que a indústria do Paraná mantenha a curva ascendente.
- Agravamento da pandemia no Brasil e também no Paraná, que pode gerar novas medidas restritivas e com isso voltar a paralisar atividades do setor, desacelerando o ritmo de produção.
- Corte nos auxílios liberados pelo Governo Federal para pessoas físicas e empresas a partir de janeiro de 2021, o que pode gerar redução no nível de consumo e assim impactar a atividade econômica como um todo.
“O poder público compra produtos, investe e paga salários. Se não houver um equilíbrio nas contas públicas, a situação pode se refletir na economia de forma geral e atrapalhar o ritmo de retomada do crescimento em todo o país”, conclui o economista da Fiep.
Comércio do Paraná também cresce
O comércio paranaense cresceu 1,1% em outubro em relação a setembro e 4,7% em comparação a outubro de 2019, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta quinta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os índices são da variante ampliada, que engloba as vendas de veículos e materiais de construção e apresenta retrato mais fiel da atividade econômica.
Na série com ajuste sazonal (que equilibra os dados) o avanço entre setembro e outubro é o sexto consecutivo e o oitavo do ano do comércio no Paraná. Os crescimentos foram de 2,7% em janeiro, 0,8% em fevereiro, 27,2% em maio, 3% em junho, 0,5% em julho, 3% em agosto e 1,1% em setembro. Os meses com queda foram março (-12,4%) e abril (-14,5%).
“O comércio cresce ancorado na expectativa de melhora do cenário econômico. Apesar dos números ainda tímidos, é um movimento constante e que acompanha a evolução na indústria, as contratações com carteira assinada e os investimentos do setor privado”, afirmou o governador Ratinho Junior. “E há um cenário otimista pela frente com as vendas de fim de ano”.
Esse movimento do comércio já havia sido sentido por um estudo das secretarias estaduais da Fazenda e de Planejamento e Projetos Estruturantes que destacou que os estabelecimentos comerciais registraram em setembro, em média, aumento de 51,9% nas vendas. Foi a primeira vez que o índice ultrapassou 50%.
O comércio também foi o segundo setor que mais contratou no Paraná em outubro, com 9.423 carteiras assinadas, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia. O Paraná já é o segundo estado do País em geração de emprego.
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