Cinco dicas de especialistas de Maringá para planejar as metas financeiras de 2019. “Todos podem ganhar mais”, dizem

  • A agenda da coach pessoal e empresarial Vanessa Baddini está lotada para este dezembro. O motivo, segundo ela, é a procura por planejamento para 2019. “É época de repensar muitas coisas, de planejar o próximo ano, então muita gente aparece”, diz.

    Ela conta que a área da vida que as pessoas mais querem melhorar é justamente a financeira. Nem todo mundo chega dizendo que quer ganhar mais dinheiro, na maioria das vezes esse desejo vem expresso como “aumentar o número de clientes” ou “ter mais prosperidade”.

    Vanessa diz que a primeira recomendação é definir qual o sonho que deseja alcançar e, em seguida, saber quanto ele custa. “Se alguém quer ser um chefe de cozinha, precisa saber quanto terá que investir em cursos por exemplo”.

    O dinheiro está presente em tudo o que fazemos e queremos e tem muita gente que tem medo dele. É o que percebe no dia a dia de atendimento a consultora e coach executiva Sirmey Amaral. “Tem gente que fica apavorada diante da sugestão de abrir e olhar as planilhas e extratos financeiros. Aí já fica constatado o medo de lidar com o dinheiro”, explica.

    Esse medo é percebido de várias formas e por vários profissionais, seja da área de finanças ou de coaching. Em 2018 o País finalmente deu os primeiros e curtos passos para sair da crise financeira, mas os reflexos de um quadro de desemprego que chegou a atingir 13 milhões de brasileiros permanecem.

    “Por causa da crise dos últimos anos e da incerteza que não acabou, muita gente perdeu o emprego ou desanimou mesmo. Nesse contexto, muitos querem apostar no empreendedorismo, mas antes escolhem traçar o melhor caminho”, diz a coach de carreira e comunicação, Dani Mendes.

    Para quem está perdido e não sabe nem por onde começar, a indicação é anotar todas as despesas, entender quanto custa viver. “É importante identificar quais são os custos fixos de moradia, alimentação, saúde, transporte, sem esquecer aquelas contas que são pagas uma ou duas vezes por ano, como seguros”, define Sirmey.

    Depois de identificar o custo de sobrevivência, já é possível definir quanto se quer economizar ou investir e então estabelecer metas. Todos os profissionais ouvidos para a reportagem reforçam a importância de saber onde se quer chegar e estabelecer um prazo para isso.

    Quem está envolvido em dívidas precisa primeiro resolver essa questão antes de pensar em poupar e investir. De acordo com o assessor da SVN Investimentos, Lucas Andreani Penha, esse é o momento ideal para quem precisa renegociar débitos.

    “Os juros nunca estiveram tão baixos, então quem buscar os bancos com certeza vai conseguir bons descontos para limpar o nome”, avalia. Para Lucas, não é impossível que alguém deixe de ser um devedor para ser um investidor.

    “Desde que haja um bom planejamento e muita disciplina é possível passar por essa transformação e nessa época de apelo consumista forte o primeiro passo é resistir às tentações e começar 2019 bem mais tranquilo. Até porque, até abril do novo ano o que mais tem são contas pesadas para pagar”, reforça.

    Poupança não é um bom investimento

    Atualmente a poupança não é recomendada como investimento por quase nenhum especialista da área. Na contramão desse pensamento, a maioria dos brasileiros usa esse tipo de investimento por ser o mais acessível e por considerá-lo o mais seguro.

    “Não importa de quanto seja a renda, é incrível como até grandes investidores sempre mantêm pelo menos um pequeno valor em alguma poupança”, relata Lucas. Para o assessor de investimentos, a prática está ligada a crenças de segurança e conservadorismo.

    Atualmente a poupança paga pelo menos o que é perdido com a inflação, mas segundo ele, em 2015, auge da crise financeira, quem deixou dinheiro aplicado em poupança teve prejuízo. Para o especialista, mesmo para os conservadores, que têm muito medo de arriscar, vale mais a pena procurar investir em títulos públicos como os do tesouro direto.

    Disse que esses investimentos oferecem a segurança da poupança com rendimentos pelo menos 30% superiores. “Com R$ 30 já é possível investir em tesouro direto”, explica. Muita gente escolhe poupança também por causa da liquidez, a facilidade de retirar o dinheiro quando quiser.

    Mas segundo Lucas, o tesouro direto tem a mesma liquidez da poupança e tem rendimento diário, enquanto a poupança tem dia certo para creditar os juros. “Se você deixar o dinheiro na poupança por 45 dias, só vai receber o rendimento de um mês, enquanto em outros investimentos de renda fixa recebe por todo o período”.

    Lucas diz que ainda há muito medo quando o assunto é buscar investimentos. Ele explica que existem fundos adequados para qualquer perfil investidor, desde o mais conservador, passando pelo moderado até os mais agressivos, que aceitam correr riscos para atingir rendimentos de até 20%.

    O assessor reforça que existe um fundo garantidor de crédito, que em caso de falência do banco onde o dinheiro está investido, garante o pagamento de investimentos de até R$ 250 mil para cada cliente. “Não é um fundo do governo, como muitos pensam, mas uma reserva de segurança feita pelos próprios bancos para a proteção dos clientes”.

    Crença inconsciente sobre dinheiro

    A dificuldade em lidar com as crenças e medos dos clientes não é uma exclusividade de quem trabalha com investimentos. A consultora e coach Sirmey Amaral percebe isso como um problema de “merecimento”. Ela conta que o comportamento atinge pessoas com todo o tipo de renda.

    “Reclamar de falta de dinheiro não é exclusividade de quem ganha pouco, mas de quem não sabe aproveitar o que ganha”, explica. Para esclarecer melhor a questão ela diz que algumas pessoas têm uma crença inconsciente de que não merecem uma vida tranquila, boa e segura.

    Essas pessoas acabam gastando mais do que deveriam ou simplesmente colocam dinheiro em coisas que não precisam e muitas vezes não querem. “Alguns ainda se perdem em juros e multas que poderiam ser evitados sem perceber, é a ação da crença inconsciente”, relata.

    Para ela, quem identifica esse tipo de comportamento pode buscar ajuda tanto no processo de coaching quanto em terapias cognitivo-comportamentais, que são mais rápidas.

    “Esse tipo de crença é instalada na nossa memória desde muito cedo, quando ouvimos que pessoas que têm dinheiro são avarentas, exploradoras ou muito ambiciosas. O dinheiro acaba sendo associado sempre a algo ruim”, afirma.

    Qualquer pessoa pode melhorar

    Não importa o sonho ou desejo, para os profissionais de coaching qualquer pessoa pode melhorar a vida financeira em 2019. Para Dani Mendes, o primeiro passo é o autoconhecimento. “Muitas pessoas não sabem realmente o que gostam, quais são seus verdadeiros sonhos, talentos e habilidades. Ou estão com seus sonhos e talentos adormecidos”, avalia.

    Em seguida ela recomenda a definição de metas e em terceiro não pensar apenas no retorno financeiro. “O dinheiro é a consequência. Quando você se propõe a fazer algo por você, levando em conta seus sonhos e seus valores, e não fazer só porque o outro quer, só porque o outro tem, só porque está na moda, certamente você será muito mais feliz e realizado”, conclui.

    Confira as principais dicas dos profissionais ouvidos pela reportagem para melhorar a vida financeira em 2019 :

    1 – Defina metas

    A definição de metas traz foco e concentração de energia. Quem não sabe aonde quer chegar não consegue dizer não para os obstáculos àquela conquista. As metas devem ser claras e alcançáveis, porém desafiadoras, terem significado pessoal e prazo para serem cumpridas.

    2 – Planeje

    Depois de ter definido a meta é hora de descrever as tarefas que devem ser realizadas para chegar lá. Quem quer economizar ou investir um determinado valor pode inclusive definir quanto vai poupar em cada mês do ano. Uma sugestão é o aplicativo Guia Bolso, que é gratuito, seguro e pode ser usado para a administração de gastos e ganhos.

    3 – Tenha disciplina

    Ter disciplina é fundamental para atingir metas. É saber abrir mão de prazeres imediatos em busca do prazer duradouro de se chegar onde deseja. É saber dizer não, por exemplo, para gastos que vão atrapalhar os objetivos de economizar ou poupar.

    4 – Reprograme crenças

    É fundamental acreditar que o dinheiro ganho deve ser respeitado e bem aproveitado. Os especialistas reforçam que antes de gastar é importante lembrar de quanto foi trabalhoso ganhar aquele valor e assim investi-lo só no que vale a pena.

    5 – Empreenda

    O empreendedorismo ainda é o investimento que mais pode trazer retorno. Não há aplicação que possa render o quanto um capital transformado em empresa pode. Para isso, o ideal é buscar fazer algo que goste sem esquecer das dicas anteriores de estabelecimento de metas e planejamento.

    Serviço

    Foram ouvidos para a reportagem os profissionais:

    Vanessa Baddini / Evolua Coaching

    Site: https://www.evoluacoaching.com/

     

    Dani Mendes / Next Coworking

    Instagram: Papo Coaching Dani Mendes

     

    Sirmey Amaral / Top Consulte

    Instagram: https://www.instagram.com/sirmey.amaral/

     

    Lucas Andreani Penha / SVN Investimentos

    Site: https://www.svninvestimentos.com.br/

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